terça-feira, 12 de junho de 2012

Resíduos Agropecuários: Versatilidade da casca de arroz permite aplicação do material em diversos negócios


Resíduo é utilizado como biomassa e resina, entre outros
Com produção de 2,5 milhões de toneladas, por ano, de resíduos, a cultura do arroz é exemplo no reaproveitamento. Desde a década de 1990, intensificaram-se estudos sobre as mil e uma utilidades da casca do cereal, que tornou-se valiosa no mercado. 

O principal destino da casca é a geração de energia. Com alto poder calorífico e regularidade térmica, o resíduo é a principal matéria-prima de usinas de biomassa no Rio Grande do Sul, desde que a indústria de beneficiamento Camil Alimentos, em Itaqui, inaugurou a primeira unidade a ser abastecida com casca de arroz, em 2000. Hoje, outras empresas investem na alternativa. 


– A casca do arroz propicia independência energética para a indústria – afirma o pesquisador da Fundação de Ciência e Tecnologia (Cientec), Gilberto Amato. 

De acordo com o relatório do Instituto de Pesquisas em Economia Aplicada (Ipea), o pontecial enérgico da casca de arroz é de arroz 175 MW por ano, baseado no montante de resíduos da produção agrícola de 2009. 

O horizonte da casca de arroz vai além dos megawatts, no entanto. O simples resíduo guarda propriedades preciosas para empreendimentos inéditos. De acordo com estudos do professor da Universidade de São Paulo (USP), Milton Ferreira de Souza, a sílica, presente na casca de arroz é capaz de aumentar a resistência da estrutura e reduzir a espessura do concreto. 

A fibra vegetal do arroz é também aplicada como reforço em resinas termoplásticas, que já são utilizadas na fabricação da chamada “madeira plástica”. De Pelotas, também no Rio Grande do Sul, a empresa Polisul fabrica perfilados e deques com o material desde 2008. 

– Investimos no maquinário, mas a matéria-prima é muito barata, o que nos rende economia, rentabilidade e um projeto sustentável – comemora o empresário Luiz Ângelo Cunha.
Fonte: Senar/CNA 

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