sábado, 31 de dezembro de 2011

Fazenda se torna referência em agricultura verde

Com a integração lavoura-pecuária-floresta e o plantio direto, fazenda melhora a qualidade do solo, recupera seus pastos e se torna uma vitrine de sustentabilidade no setor

por Texto Viviane Taguchi | Fotos Ernesto de Souza
Ernesto de Souza
Marize Porto Costa, proprietária da fazenda Santa Brigida, em Ipameri, no interior de Goiás
A pequena cidade de Ipameri, em Goiás, anda recebendo visitantes ilustres. Ex-ministros da agricultura, especialistas em meio ambiente, empresários, investidores e até vice-presidente de banco, vira e mexe, aparecem por lá. Mas a cidade não tem águas quentes, como a vizinha Caldas Novas, nem é berço de dupla sertaneja, como Goiânia, distante 190 quilômetros. O que chama a atenção de gente tão importante em Ipameri é a Fazenda Santa Brígida, outrora uma propriedade repleta de pastos degradados, baixa produtividade e altos custos – hoje, uma fazenda referência em manejo sustentável e que produz com eficiência nos 12 meses do ano, inclusive no auge da seca no Cerrado. “Isso aqui era só cupim”, resume a proprietária, a dentista Marize Porto Costa, responsável pela mudança e que até pouco tempo atrás, confessa, nada sabia sobre agropecuária. “Era como um bicho de sete cabeças”, lembra. Marize assumiu o negócio em 2002, depois de ficar viúva. Antes disso, ia muito pouco à Santa Brígida, uma fazenda de pecuária de corte com 960 hectares. “Os custos eram altíssimos e a produtividade do rebanho muito baixa. Quase me descabelei pensando em como iria pagar as contas, e tudo piorou quando vi como custava caro recuperar pastagens pelo sistema tradicional”, diz. As incertezas administrativas da doutora Marize na época deram o que falar em Ipameri. Até uma bolsa de apostas foi firmada entre os produtores da redondeza – a maioria homens -, que não botavam fé na nova fazendeira. Os desafios giravam em torno de “ou ela vende ou ela quebra”, e nunca “ela vai conseguir”.
A jogada de mestre de Marize foi procurar a Embrapa, em Goiânia, em 2005. Com a cara e a coragem, bateu na porta de Homero Aidar, chefe da Embrapa Arroz e Feijão, falecido no ano passado, e a ele contou seu dilema. “Ele me deu um livro sobre integração lavoura-pecuária (ILP), e fui me interessando pelo tema, embora sem conhecer nada sobre agricultura. Achei a teoria fantástica e percebi que havia sim uma saída mais econômica”, conta. Também foi Aidar quem apresentou Marize ao pesquisador João Kluthcouski, o João K, e aí tudo começou a mudar na Santa Brígida. “O João K disse que faríamos tudo ao contrário do que a maioria dos pecuaristas faz. Então, começamos a construir fertilidade nessas terras.” Marize acreditou que poderia dar certo e fazia tudo o que João K mandava: revirou o pasto para destruir os cupinzeiros usando tratores velhos – e, como ela mesma diz, que caíam aos pedaços; depois, corrigiu a acidez dos solos para plantar soja no pasto. Percebeu, então, que as sucatas sob rodas não dariam conta do trabalho e, de novo, foi bater na porta de alguém para pedir ajuda. Desta vez, foi na Tatu Marchesan e na John Deere. “Eu já tinha um não. No máximo, sairia de lá com um sim.” E foi o que aconteceu. Depois de contar aos diretores das revendas o que pretendia fazer na fazenda, recebeu apoio, em máquinas e implementos com desconto, para avançar com o projeto. Dos fazendeiros da região ela continuava recebendo olhares duvidosos.
Ernesto de Souza
O pesquisador João K e o corredor que integra lavoura, pecuária e floresta
Em um ano, com a venda da colheita de soja, Marize pagou parte do investimento. Na mesma área, João K plantou sorgo. Ele chama esse processo de sucessão. Quando o sorgo cresceu, o gado voltou para o pasto, engordou e saiu de novo. “Foi aí que entramos com o consórcio de braquiária e milho. Enquanto o milho crescia, a braquiária promovia a vascularização do solo, melhorando suas condições, pois suas raízes são condutoras de nutrientes”, explica João K. “Após a colheita de milho, que gerou liquidez, o gado retornou para o pasto, no inverno, e engordou com um custo baixo, em torno de R$ 1,50 por hectare por dia, enquanto no confinamento custaria R$ 6.” Roberto Freitas é o engenheiro agrônomo que acompanha todo o processo da Santa Brígida no dia a dia. Ele explica que a integração é uma evolução do Sistema de Plantio Direto (SPD), que é quando a palha permanece cobrindo o solo e outra espécie é semeada. “É um processo simples e que melhora a qualidade do solo”, diz. Segundo o agrônomo, o SPD e a ILP promovem benefícios vitais na terra, como a ciclagem de nutrientes, que ocorre por conta da grande quantidade de matéria orgânica acumulada, a formação de uma barreira natural para controlar plantas daninhas e doenças e a erosão natural, provocada por chuva e vento. “Antes, plantávamos em terras limpas. Hoje, percebemos que, quanto mais coberto o solo estiver com a palha, mais qualidade ele vai ter e menos vamos gastar.” Na Santa Brígida, o uso de herbicidas é ínfimo, já que a palha que fica no solo combate naturalmente uma série de doenças, como o mofo branco da soja. Todas as embalagens de defensivos usadas na fazenda são descartadas seguindo as regras do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias, o Inpev. “Tudo o que entra volta para seu devido lugar”, diz Marize. Em 2011, Goiás devolveu 2,6 mil toneladas de embalagens de forma correta.
Ernesto de Souza
O descarte correto das embalagens usadas de agrotóxicos
João K explica que a ILP pode ser aplicada em qualquer região do Brasil, que tem em torno de 100 milhões de hectares de pastos degradados. “A integração não escolhe solo, clima nem tamanho de área”, diz. Segundo ele, as opções de plantios consorciados são adaptadas conforme a região e o grau de degradação do solo. “Pelo menos duas espécies se adaptam em cada região. É possível recuperar com soja, que exige um investimento maior, mas tem produtividade inicial alta, de 50 sacas por hectare, e garante liquidez. Mas há opções com arroz e feijão.” Segundo o pesquisador, existem no Brasil cerca de 3 milhões de hectares com ILP. “Ainda é pouco, mas, se inseríssemos a integração em pelo menos metade da área total de pastos degradados, o país conseguiria triplicar a produção de grãos sem avançar sobre novas áreas agrícolas”, afirma.
O primeiro ciclo de ILP na Santa Brígida está quase terminando e 600 hectares estão recuperados, 50% cultivados com soja, 50% com milho e braquiária. Na safra 2010/2011, foram colhidas 35 mil sacas de milho e 20 mil de soja. O hectare de pastagem passou a render em torno de R$ 500, enquanto que antes não passava de R$ 100. A bolsa de apostas em Ipameri perdeu força. Muitos fazendeiros tiraram o time de campo ao ver que a doutora estava pagando as contas em dia, produzindo grãos no verão e tinha pasto no inverno, coisa rara no Cerrado – e, pior, o que eles não tinham. Mas outra ideia de João K deixaria os vizinhos encafifados. Marize começaria a fazer um investimento de longo prazo: plantar floresta. “Aí que me chamaram de maluca mesmo. Eucalipto aqui era apenas para barrar vento”, lembra.
Ernesto de Souza
O rebanho da Santa Brígida retorna ao pasto no inverno para engordar a custo baixo
Por toda a fazenda existem fileiras paralelas de eucaliptos. Cada dupla de alas é separada por uma área de 24 metros na qual, no verão, tem milho e braquiária e, no inverno, pasto verde. “Em setembro, quando a seca atinge o auge, a Santa Brígida está verde, o gado gordo, se refestelando na sombra da árvore. Ele engorda em média 1,3 quilo por dia”, explica Anábio Ribeiro, gerente da fazenda. Segundo ele, com a introdução da ILPF, a propriedade passou a produzir o ano todo. “Temos nove colheitas na mesma área, em um ciclo de oito anos: colhemos grãos duas a três vezes, temos de cinco a seis safras bovinas e uma rentável colheita de madeira no final”, explica. Marize ainda não colheu a madeira, e isso vai acontecer em 2012. Se ela vender a safra como lenha, a forma menos valorizada do mercado, já terá lucro de R$ 1 mil por hectare. “Todo o ciclo tem liquidez garantida”, afirma. João K diz que o eucalipto foi escolhido pela precocidade. “Em seis anos, você colhe a madeira, mas é possível obter bons resultados com nim-indiano, mogno-africano, pinus, teca, entre outras. A diferença é o tempo de maturação.” A única restrição para as árvores é que o gado não pode pastar na área plantada no primeiro ano. “Elas estão frágeis e o gado pode pisotear ou quebrar os troncos”, diz João K.
A Santa Brígida tornou-se vitrine tecnológica e sustentável da Embrapa, e a doutora Marize passou a entender muito sobre agronegócio, embora afirme que é apenas uma aprendiz. Ela já tem outras três propriedades rurais na região e foi a primeira produtora rural a obter crédito do Programa de Agricultura de Baixo Carbono, do governo federal. O fato levou à Ipameri o vice-presidente do Banco do Brasil, Osmar Dias, e o ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, que seguiu, passo a passo, o trabalho dela para também tentar um empréstimo. E novamente o burburinho em torno da fazendeira se fez presente na cidade. Mas, desta vez, sem apostas.

Fonte:GloboRural

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Nutrição Vegetal : Lodo de esgoto é usado como fertilizante

Depois de higienizado, material é fonte de nitrogênio ainda mais barata que adubos orgânicos convencionais
Com o objetivo de gerar mais uma alternativa de adubação orgânica aos agricultores, sendo esta ainda mais barata, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e a Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan), lançaram no início de dezembro, o primeiro Manual de Uso Agrícola e Disposição do Lodo de Esgoto para o Estado do Espírito Santo. A ideia é utilizar o lodo de esgoto ou biossólido como fertilizante para fins agrícolas e florestais, já que ele é rico em matéria orgânica e em nutrientes para as plantas.

— O lodo de esgoto passa por um tratamento que gera dois resíduos: o resíduo líquido e o sólido. O resíduo sólido é denominado lodo de esgoto, cujo trabalho está sendo desenvolvido para a utilização na agricultura. O objetivo é suprir as deficiências nutricionais das plantas e adicionar matéria orgânica ao solo — afirma Adelaide Costa, pesquisadora do Incaper.

Segundo ela, toda cultura precisa de uma complementação de nutrientes para atender às necessidades das plantas, levando sempre em consideração as características do solo. Essa aplicação pode ser feita com adubo tradicional ou orgânico.

— Os adubos orgânicos mais utilizados na agricultura são o esterco de curral e de galinha. O lodo de esgoto higienizado entra como uma nova alternativa à adubação orgânica e reposição nutricional para as plantas — conta a pesquisadora.

Adelaide diz ainda que, em termos econômicos, a adubação orgânica tem um valor bem menor que o adubo químico tradicional. Já comparando os adubos orgânicos tradicionais com o lodo de esgoto, os trabalhos do Incaper mostraram que o preço do material proveniente do lodo é 50% mais barato.

—Para que esse lodo seja disponibilizado para a agricultura, é necessário um processo de higienização que leva o número de microorganismos a um nível que não comprometa a saúde da população — explica ela.

Para Adelaide, o lodo pode substituir completamente os adubos orgânicos, pois a base da adubação orgânica é o nitrogênio. No entanto, há a necessidade de complementação com outros nutrientes, como o fósforo e o potássio, por exemplo.

— O resultado da pesquisa já está concluído e a indicação já é feita para o Espírito Santo. Sendo assim, a Cesan começará a preparar os materiais a serem distribuídos aos produtores. A ideia é que essa proposta se estenda a todo o Brasil — conta.


Para mais informações, basta entrar em contato com a Incaper através do número (27) 3636-9888 ou do link http://www.incaper.es.gov.br/noticia_completa.php?id=1972.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Variedades de milho ganham novo regulamento técnico

Grão do tipo pipoca foi diferenciado do padrão geral. Regras serão aplicadas a partir de julho do próximo ano

As variedades mais comuns de milho e o cereal conhecido como pipoca tiveram estabelecidos novos regulamentos técnicos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Os padrões estão descritos nas Instruções Normativas nº 60 e 61, publicadas na sexta-feira, 23 de dezembro, no Diário Oficial da União (DOU).

A legislação se refere aos grãos provenientes da espécie Zea mays L. e da subespécie mays (pipoca). O principal objetivo das regras é definir o padrão oficial de classificação do milho, considerando seus requisitos de identidade e qualidade, a amostragem, o modo de apresentação e a marcação ou rotulagem, nos aspectos referentes à identificação do produto.

O padrão técnico de classificação do cereal existia desde 1978, mas não distinguia o milho pipoca das demais variedades. Como esse tipo de grão tem características diferentes e necessita de outros critérios e instrumentos para avaliação, o Ministério da Agricultura decidiu criar uma norma exclusiva para o grão pipoca.

O principal requisito de qualidade do milho dessa variedade é a sua capacidade de expansão (relação entre o volume de pipoca estourada e o peso de grãos utilizado, expresso em ml/g) para se transformar em pipoca, quando submetido à temperatura de aproximadamente 180ºC.

Para uniformizar os critérios de classificação, a área técnica competente da pasta poderá elaborar um referencial fotográfico, identificando e caracterizando os requisitos de qualidade que servirão de base para a classificação do milho pipoca, previstos nessas normas. Ambas entrarão em vigor no dia 1º de julho de 2012.

Fonte:g1

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A Comercialização da Produção Agrícola

Desde que o homem começou a produzir gêneros agrícolas visando vender e lucrar com a sua produção, existe o problema da comercialização. No início, havia a troca ou escambo da safra, depois, a venda com pagamento em dinheiro ou preciosidades como ouro ou prata. Independente do modo de comercialização, a venda sempre apresentou suas complicações. Os valores de mercado, muitas vezes, não são justos com os produtores que, por sua vez, podem aproveitar valores maiores quando a produção é escassa.

Nos dias de hoje, existem cotações, índices variações de mercado constantes. Numa economia globalizada, quando a produção de um produto em um país que seja grande exportador diminui, o preço da mercadoria aumenta imediatamente em todo o mundo e quando há super safras, o preço "despenca". O agricultor comum não pode controlar nem influenciar essas flutuações de mercado, portanto o que pode ser feito é sempre procurar o melhor negócio para sua produção, o que não costuma ser fácil.

Os agricultores iniciantes sempre encontram dificuldades em escoar sua produção. Para solucionar esse problema, devem seguir alguns passos básicos, tentando vender e encontrar um valor razoável para a sua safra.

Em primeiro lugar, deve procurar se informar como os produtores da região costumam fazer, para quem eles costumam vender. O segundo passo é procurar se filiar à uma cooperativa de produtores, onde poderá manter contato com outros produtores e encontrar assessoria para suas dúvidas técnicas e de comercialização. Algumas cooperativas comercializam a produção de seus cooperados e, muitas vezes, são elas que efetivamente compram as produções, por já manterem relações com grandes compradores que dependem da produção vendida pela cooperativa. Além disso, as cooperativas são responsáveis por uma grande parte das exportações feitas no País. De uma maneira geral, o agricultor deve "fugir" do atravessador, aquele intermediário que compra a produção e a revende nas grandes cidades, muitas vezes, diretamente para supermercados. Isso acontece, principalmente com frutas e legumes.

Outra possibilidade, mas que só é viável para produtores que façam bons contatos comerciais, é a venda direta para os supermercados e restaurantes das grandes cidades. Com isso, o produtor rural encontra melhores preços e condições de recebimento da mercadoria vendida.

Quando o produtor rural não encontrar ajuda nas cooperativas da região, deve procurar outras, mesmo que mais distantes. Quando a cooperativa ficar mais distante do produtor, isso implicará num custo maior de transporte, que deve ser levado em consideração na planilha de custos, para que a produção continue economicamente viável.


Fonte:RuralNews

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Embrapa lança capim para recuperação de pastagens degradadas

Vegetação pode ser alternativa de forrageira para integração de lavoura e pecuária

Lançada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), uma variedade de capim é alternativa para a recuperação de pastagens no sistema integração lavoura-pecuária.

Denominada BRS Piatã, a vegetação possui elevado valor nutritivo para o gado e é indicada para solos de média e alta fertilidade. Nessas condições, o capim produz forragem de boa qualidade e com acúmulo de folhas, recuperando pastagens que sofreram degradação ao longo do tempo.

O Mato Grosso é um dos grandes produtores de carne bovina e o segundo exportador brasileiro do produto. Por conta disso, a Embrapa e a Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras (Unipasto) investiram no desenvolvimento da planta.

A nova cultivar tem alta taxa de crescimento e rebrota, além de resistência às cigarrinhas típicas das pastagens. Ela produz, em média, 9,5 toneladas por hectare de matéria seca, com 57% de folhas, sendo 36% dessa produção obtida no período seco.

O novo capim também possui florescimento concentrado nos meses de janeiro e fevereiro, o que o torna uma ótima opção para ser utilizado como pasto vedado para a seca.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Nutrição Vegetal : Resíduos orgânicos barateiam adubação

Nutrientes derivados da produção de suínos e aves têm preços que variam entre R$60 e R$90 por tonelada 
Por ser eficiente e mais barato, o uso de resíduos e fertilizantes orgânicos no sistema soja-milho safrinha tem sido uma opção para diversos agricultores, responsáveis até mesmo por atrair indústrias de carne para suas regiões. Com preços de comercialização que variam entre R$60 e R$90 por tonelada, os resíduos contêm nutrientes importantes, como fósforo e potássio, essenciais para a boa nutrição das plantas. Segundo Vinicius de Melo Benites, pesquisador da Embrapa Solos, vários resíduos podem ser utilizados no sistema soja-milho safrinha, mas devido ao custo, os mais promissores são os originados da produção de suínos e aves.
— Isso porque, no Brasil, existe certa proximidade entre as áreas que produzem milho e as que produzem suínos e aves. As indústrias de carne se aproximam das áreas produtoras de grãos por uma questão de logística — afirma o pesquisador.
De acordo com ele, é possível pensar na utilização do resíduo in natura ou em produtos gerados a partir dele. No caso do resíduo in natura, a quantidade a ser aplicada depende de análises que devem ser feitas no resíduo e no solo.
Quando falamos em camas de aviário, por exemplo, falamos em uma média de 2t a 4t. Os resíduos contêm todos os nutrientes da tabela periódica, principalmente os macronutrientes, mas também micronutrientes. No caso da cama de frango, ela é tem grande importância na parte de fósforo e potássio, nutrientes contidos no resíduo que rapidamente entram no sistema. O fósforo, mesmo existente nessa cama, demora um pouco mais para entrar no sistema — conta Benites.
Ele diz que, quando o assunto é dejetos de suínos, o principal componente é o potássio. Portanto, quando o produtor aplica esses dejetos, ele deve considerar o teor de potássio contido para saber qual a quantidade a ser aplicada.
Para aplicar os resíduos adequadamente, a primeira questão é se certificar sobre a sua origem. Tratando-se de um resíduo de boa qualidade, a primeira preocupação do produtor deve ser a forma de aplicação. No caso da cama de frango, é importante que o produtor tenha o equipamento adequado para a aplicação. Já no caso do dejeto líquido de suínos, o produtor deve ficar atento aos custos de aplicação, que podem exceder o próprio custo do produto — orienta.
A terceira preocupação, como explica o pesquisador, está ligada ao solo. Da mesma forma que o produtor usa fertilizantes, ele deve também fazer um acompanhamento constante da nutrição das plantas. Ele recomenda uma associação dos resíduos com alguma fonte mineral. O mais comum é a associação dos resíduos orgânicos com uma fonte mineral de fósforo para que eles se tornem mais balanceados.
O grande mérito dessa tecnologia é a redução de custos. Considerando o teor de 3% de nitrogênio, 3% de fósforo e 3% de potássio da cama, seu valor gira em torno de R$150 a R$180 por tonelada, dependendo de cada região. Já a cama, é normalmente comercializada com preços que variam entre R$60 e R$90 por tonelada — afirma.
Ainda segundo Benites, a aplicação é feita normalmente antes do verão. Para ele, essa é uma questão de logística, pois nessa época, o produtor tem seus equipamentos parados, o que gera ociosidade da mão-de-obra.
No entanto, tecnicamente falando, se o produtor aplicar os resíduos logo após a colheita da cultura de verão e antes do plantio da cultura da safra seguinte, a tecnologia se torna mais interessante. Isso porque a segunda safra é muito mais responsiva a esses resíduos do que a safra de verão — conta ele.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Alternativa aproveita dejetos de suínos

Cama sobreposta garante conservação ambiental, economia e rentabilidade em pequenas criações
Uma alternativa usada pela Embrapa Meio-Norte pode transformar dejetos suínos de pequenas criações em adubo orgânico. No Projeto Boa Esperança, realizado na Comunidade Brejão, em Antônio Almeida (PI), além tecnologias mais sustentáveis para a produção de suínos, é utilizada a cama sobreposta, que consiste em uma grande caixa feita de muretas de alvenaria onde são depositadas palhas ou outros materiais absorventes junto com os dejetos dos animais. Essa técnica garante a conservação ambiental, além de aumentar a rentabilidade e economia das pequenas propriedades.
Segundo Robério Sobreira, zootecnista da Embrapa Meio-Norte, na Comunidade Brejão, os suínos eram criados em mangueirões com grande quantidade de lama na época das chuvas. Essa lama era carreada para o riacho que corta a comunidade.

— A solução encontrada foi fazer algo barato e eficiente: um galpão de palha utilizando a cama sobreposta — conta o zootecnista.

Ele explica que, na medida em que os dejetos entram em contato com a palhada, eles desidratam sem a emissão de odor. Em determinado ponto, a caixa recebe uma nova camada de palhada e assim sucessivamente. Quando o ciclo é completado, a cama é retirada e destinada à compostagem, o que fornece um excelente material para a adubação orgânica.

— Para a realização da compostagem, é retirado um monte, que é periodicamente molhado. Para apressar ainda mais o processo, o produtor pode fazer o revolvimento desse material. Depois de até 60 dias, nas condições do Nordeste, o material adquire a aparência de húmus e pode ser utilizado — explica.

Sobreira diz que a cama sobreposta deve ser utilizada onde se tenha disponibilidade de materiais absorventes. Como benefícios, ela traz conforto e melhora a aparência dos animais, diminui a incidência de doenças, promove a economia de água, conserva o meio ambiente e aumenta a rentabilidade.

— No entanto, é preciso ressaltar que a cama sobreposta como melhor opção não é uma regra para a suinocultura, ou seja, cada situação tem suas particularidades. Em outras comunidades, um galpão nos padrões da suinocultura industrial pode ser mais eficiente e econômico — afirma.

Ainda de acordo com o entrevistado, o galpão construído no projeto comporta 25 animais, o que não impede que a tecnologia seja utilizada em uma escala maior, onde se comportaria até 100 animais de terminação.

— Estamos trabalhando com 2m de galpão por animal. Portanto, o galpão de 5m x 10m foi projetado para comportar 5 animais. Para obter o tamanho necessário para a terminação de qualquer outro lote, basta calcular a proporção — explica Sobreira.

Para mais informações, basta entrar em contato com a Embrapa Meio-Norte através do número (86) 3089-9100.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Mar de Aral: O primeiro desastre ecológico planejado da História


Mar de Aral: O primeiro desastre ecológico planejado da História



No final dos anos 50, a União Soviética planejou incrementar a sua produção agrícola nas repúblicas do Uzbequistão e Cazaquistão, transformando as áridas estepes da Ásia Central em férteis campos  de algodão, visando exportação.
Mar de Aral em 1985.

Para isto, fez uma pergunta que mostrou-se desastrosa: "O que traz mais benefícios econômicos, desviar os dois principais rios que desaguam na Mar de Aral para irrigação de plantações de algodão ou a atividade pesqueira e de lazer em suas margens ?"

A resposta dos tecnocratas do Planejamento Central foi que o metro cúbico de água desviado para a cultura de algodão seria mais rentável do que o metro cúbico de água despejado no Mar de Aral, mesmo que este desvio causasse a diminuição drástica daquele que na época era o quarto maior mar interior do planeta, com uma área de 68.000 km2, comparável ao tamanho do Uruguai.

E foi com estes cálculos em mãos que começou um grande projeto de desvio das águas dos rios Amu Darya e Syr Darya para irrigar as plantações uzbeques e cazaques.

A princípio o projeto foi muito bem sucedido, e o Uzbequistão multiplicou sua produção agrícola, tornando-se rapidamente o terceiro maior produtor mundial de algodão.


Porém, a ampliação de canais foi feita de forma indevida, permitindo grande evaporação e vazamentos, causando o primeiro ECOCÍDIO consciente da história.

O que os tecnocratas (
funcionário do governo que analisa os problemas levando em conta apenas a questão técnica, sem considerar outros aspectos) de Moscou previram foi que o Aral diminuiria progressivamente de tamanho, mas sem causar grandes danos climáticos ou à população. O tempo mostrou que eles não poderiam estar mais errados.


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 O que antes era o leito do mar transformou-se em um grande deserto de sal com altíssima concentração de pesticidas, que causam  vários tipos de problemas para a população que vive na região, e a pouca água que resta tem concentrações impensáveis de Sal. 

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 Apenas uma das 24 espécies de peixes que viviam em suas águas pode ser raramente encontrada, e das 173 espécies animais de suas margens restam apenas 38.

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 O clima também foi muito afetado. Devido a ausência da água, uma reguladora natural da temperatura, as médias do verão aumentaram 1,5 graus, e no inverno diminuíram na mesma proporção. Isto causa uma demanda adicional por água para as culturas, que contribuem ainda mais para o esvaziamento do Aral, e por outro lado diminuíram o ciclo de plantação, diminuindo a produtividade.

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Hoje os danos são tão grandes que não há mais esperanças para o Mar de Aral. Basta comparar as fotos de satélites tiradas ao longo das últimas décadas para ter um idéia do avanço da desertificação do Mar de onde eram tiradas mais de 48.000 toneladas anuais de pescado, e que desde 1982 é inexistente.
Que esta tragédia sirva de lição para os países que continuam buscando o desenvolvimento econômico sem pensar nos danos ao meio ambiente, como a China, Índia, Brasil e alguns países africanos. No fim, a natureza sempre cobra suas dívidas com juros!

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Plantio define produtividade do milho safrinha

Sementes plantadas o mais cedo possível dentro do período indicado garantem produção de até 130 sacos por hectare 
Em época de milho safrinha, é importante que alguns cuidados de manejo sejam postos em prática. Eles podem garantir a sanidade da plantação e a produtividade esperada. Uma das principais medidas que deve ter atenção do produtor é o plantio na época adequada. Ele deve ser feito o mais cedo possível dentro do período indicado, o que garante a produtividade de até 130 sacos por hectare. Segundo José Carlos Cruz, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, por ser um milho plantado fora da época normal, há grande possibilidade de produtores de milho safrinha encontrarem problemas de falta de água.

— O produtor deve evitar os solos mais arenosos. Na realidade, o planejamento de plantio de milho safrinha começa quando o produtor está plantando, por exemplo, a soja no verão. Os produtores que pretendem plantar milho safrinha, devem adquirir cultivares de soja com ciclo de aproximadamente 110 dias e plantá-la no período adequado para conseguir um plantio de milho safrinha no mês de fevereiro — explica o pesquisador.

De acordo com ele, todas as medidas que servirem para aumentar a disponibilidade de água no solo devem ser feitas. A partir daí, o produtor deve ter cuidado com o tipo de solo e utilizar o plantio direto.

— Quanto ao espaçamento, não há nenhuma modificação, o que traz ao produtor a vantagem da praticidade. O único ajuste a ser feito é na densidade do plantio. Normalmente, ela é 20% menor do que a utilizada na safra. Já com relação à adubação, como a perspectiva de produtividade é menor, a quantidade de adubo aplicado também é menor — conta.

Quando o assunto são as pragas, os cuidados são os mesmos. Cruz diz que no caso do milho, hoje, a semente transgênica é 60% mais usada que a semente convencional. Com isso, a lagarta, uma das principais pragas da cultura, deixou de ser um problema. No entanto, o produtor precisa fazer um monitoramento da lavoura porque existem ainda outras pragas secundárias de relativa seriedade.

—Mesmo plantando sementes transgênicas, o agricultor precisa fazer o tratamento delas. Ele deve verificar qual praga é mais comum em sua região para realizar o tratamento adequado — orienta.

Ainda segundo o entrevistado, na safrinha, a maior preocupação é o plantio, que deve ser feito o mais cedo possível dentro da época recomendada. Ele conta que os produtores que plantam na época recomendada têm atingido uma produção de até 130 sacos de milho por hectare.

— Percebe-se que o produtor está bem profissionalizado. No entanto, deve procurar assistência de profissionais especializados — conclui.

Para mais informações, basta entrar em contato com a Embrapa Milho e Sorgo através do número (31) 3027-1100.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Biodigestor faz produtor rural economizar

Utilizando dejetos suínos, técnica produz metano, que pode ser utilizado na propriedade como combustível
Muito difundida na China e na Índia, a tecnologia de utilização de biodigestores é capaz de beneficiar o produtor rural, além de contribuir para a conservação ambiental. O biodigestor oferece o destino correto para os dejetos animais, produzindo o chamado biofertilizante e melhorando a produção agrícola. Além disso, a técnica produz o biogás, que pode aumentar a economia na propriedade e reduzir os impactos ambientais. No Brasil, já existem experimentos do tipo, como é o caso do Projeto Boa Esperança, realizado pela Embrapa Meio Norte em uma propriedade rural no Piauí, que visa exatamente apresentar essa técnica aos produtores. Nesse caso, o projeto utiliza dejetos suínos.

Segundo Robério Sobreira, zootecnista da Embrapa Meio Norte, a experiência realizada pela empresa tem algumas particularidades. Ela é voltada para o agricultor familiar de baixa renda e a pequena criação de suínos.

— Onde foi instalado, o agricultor conta com um plantel que varia entre 4 a 6 matrizes. Todos os dejetos estavam sendo carreados para um riacho que corta a comunidade. O uso do biodigestor atendeu, portanto, a duas situações. Ele recebeu esses dejetos da pequena criação de suínos por um processo de fermentação anaeróbica, onde grande parte dos microorganismos são destruídos — conta o zootecnista.

De acordo com ele, quando o processo de entrada de fezes e urina de suínos acontece no biodigestor, o material originado é o chamado biofertilizante. O produtor passa a contar então com um valioso produto para a adubação das suas lavouras.

— Além disso, esse processo forma gases, predominantemente o metano. Portanto, entre os gases produzidos, aproximadamente 70% é um gás com capacidade combustível. O produtor pode, portanto, utilizar esse gás em um próprio fogão de cozinha com apenas alguns ajustes, como o que aconteceu na propriedade — conta.

Sobreira diz que a ideia é trabalhar com 40kg de dejetos de suínos por dia. Isso é capaz de fornecer 2m³ de gás metano. No entanto, as principais metas desse trabalho são a utilização do gás, o que gera economia para o agricultor familiar, e a não contaminação do ambiente com os dejetos.

O projeto ainda está em fase de apresentação. No entanto, para mais informações, basta entrar em contato com a Embrapa Meio Norte através do número (86) 3089-9100.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Camomila é calmante e digestiva

Apesar dos benefícios que traz à saúde, a planta ainda é pouco cultivada no Brasil


Trabalhos de seleção genética realizados em todo o mundo resultaram em variedades de alto rendimento da camomila (Matricaria chamomilla), cultura que ainda teve a seu favor a introdução da colheita mecanizada. O aumento da produtividade levou a erva a ganhar mais espaço.No Brasil, a camomila é a planta medicinal mais cultivada.

O plantio de camomila por aqui, no entanto, ainda é pequeno. A principal região produtora está localizada no entorno das cidades paranaenses de Mandirituba e São José dos Pinhais, onde mudas foram introduzidas por imigrantes poloneses e italianos. Naquela região, são manejados de 500 a 700 hectares por uma média de 80 a 100 agricultores, que produzem entre 450 e 500 quilos de flores secas por hectare.

O pequeno número de produtores no país restringe a disponibilidade de sementes selecionadas no mercado, dificultando a expansão do cultivo. A escassez da matéria-prima traz uma oportunidade para quem planeja fazer da atividade uma fonte de renda, inclusive com a produção de sementes.

Da camomila pode-se fazer chá calmante e digestivo com benefícios para consumidores de todas as idades. Seu efeito contribui para aliviar desde cólicas em bebês até o estresse provocado nas pessoas pela vida agitada. Ainda contém propriedades que fornecem ação anti-inflamatória e antisséptica. O chá também serve para realçar o tom dourado de cabelos louros. Em compressas, suaviza olheiras e inchaço dos olhos. Na indústria de cosméticos, o óleo essencial da camomila, chamado azuleno, é ingrediente ativo de vários produtos.

Composta de miúdas e levemente perfumadas flores de cor branca com miolo amarelo, a camomila pode ser usada como ornamentação. Semelhantes a margaridas em miniaturas, enfeita ambientes quando dispotas em canteiros ou vasos. Planta anual herbácea e muito ramificada, a camomila pode alcançar até 60 centímetros de altura. Embora seja resistente a pragas e doenças, necessita de cuidados no plantio. A gradagem pré-semeadura, por exemplo, ajuda a controlar a incidência de ervas invasoras na área do cultivo.
Fonte:Globo Rural On-line - João Mathias | Pedro Melilo de Magalhães

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Brasil já fabrica mais de 2 milhões de embalagens recicladas para agrotóxicos

A Ecoplástica Triex é a única no mundo feita com 80% de resina reciclada dos próprios galões de defensivos agrícolas 

Divulgação/Campo Limpo
Campo Limpo Reciclagem & Transformação de Plásticos
Há onze anos, quando o governo estabeleceu a legislação que determinava o recolhimento e destinação final das embalagens de agrotóxicos pelos fabricantes (Lei 9.974/00), as empresas do segmento não sabiam muito bem o que fazer com os envases que retornariam do campo. No entanto, em 2008, o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (impEV) criou a Campo Limpo Reciclagem & Transformação de Plásticos, empresa que deveria propor soluções para fechar o ciclo de gestão das embalagens dentro da própria cadeia de produção.

Foi com esse objetivo que a empresa desenvolveu uma embalagem produzida a partir da reciclagem dos galões de defensivos agrícolas feitos de plástico rígido. “A Ecoplástica Triex é a única embalagem de agrotóxicos do mundo feita com 80% de material reciclado”, afirma João Cesar Rando, presidente da Campo Limpo. A empresa espera fechar 2011 com a produção de 2 milhões de embalagens de 20 litros.

Como explica Rando, o que, a princípio, era um problema para o setor, transformou-se em mais uma forma de ganhar dinheiro. “Conseguimos encontrar uma forma de dar destinação ambientalmente correta às embalagens e ainda capturar valor dentro da cadeia”, explica. A cada 100 embalagens Ecoplástica de 20 litros produzidas, evita-se a emissão de 3,6 quilos de CO2 equivalente na atmosfera. Hoje, a empresa confecciona envases de 5 e 20 litros.
Divulgação/Campo Limpo
Reciclagem e produção da embalagem Ecoplástica Triex
A Ecoplástica Triex foi a primeira embalagem reciclada a receber a certificação UN, das Nações Unidas, o que garante que ela passou por testes rigorosos de resistência, pressão e empilhamento. “A embalagem é feita com três camadas: a primeira e a última confeccionadas com 15% e 5%, respectivamente, de resina virgem (RPC), e a intermediária construída com 80% de resina reciclada”, explica Rando.

Uma das primeiras empresas do ramo de defensivos agrícolas a substituir os galões de herbicidas pela Ecoplástica Triex foi a Monsanto. “A embalagem já está sendo usada em 30% do volume de produção envasada em recipientes de 20 litros”, afirmou Leonardo Mattos, gerente-geral da unidade de São José dos Campos. Também já aderiram à embalagem reciclada empresas como Syngenta, FMC e Ihara

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Monitoramento verifica agrotóxicos em vegetais

Globo Rural On-line - Da Redação
Arroz, batata, café, feijão e tomate apresentaram índice 100% dentro dos padrões
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento divulgou nesta quarta-feira (16/11), o resultado do Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes em Produtos de Origem Vegetal, que monitorou a quantidade de resíduos de agrotóxicos e de contaminantes em 23 produtos de origem vegetal na safra 2010/2011.

Foram avaliadas as culturas de arroz, batata, café, feijão e tomate e 100% apresentaram resultados dentro dos padrões. O trabalho de monitoramento também mostrou alto índice de conformidade em maçãs (99,13%), mamão (97,57%) e milho (96,15%). Banana, limão/lima, manga, melão e uva, ficaram acima de 90% de conformidade.

Pimentão, morango, abacaxi, alface, amendoim, castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa), laranja, pimenta-do-reino, soja e trigo são os demais produtos que fazem parte do estudo. No caso dos grãos, a análise também monitora a substância aflatoxina, causada por fungos e favorecida pelo excesso de umidade. Arroz, feijão e milho não tiveram amostras fora do padrão.

O Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes em Produtos de Origem Vegetal existe desde 2009. O resultado é usado como base para a tomada de ações pelo governo federal e pelos governos estaduais para corrigir as não-conformidades por meio de ações fiscais e de educação para o uso correto dos agrotóxicos. A Instrução Normativa N. º 25/2011 que contém o planejamento das coletas de produtos para a safra 2011/2012 foi publicada em agosto e prevê que sejam recolhidas 2.160 amostras, envolvendo 21 estados brasileiros.

Confira o resultado completo do estudo na
Instrução Normativa Nº 40.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Biomas brasileiros

O IBAMA/MMA, juntamente com a organização não-governamental WWF Brasil, a partir de 1998, desenvolveram os estudos de representatividade ecológica para os ecossistemas brasileiros. O estudo já apontou a existência de 49 ecorregiões e concluiu que, o Brasil – ao se considerar as unidades de conservação de proteção integral federais–, além de ser um dos países com a menor porcentagem de áreas especialmente protegidas, apenas 1,99%, tem esta rede mal distribuída entre seus biomas. Dentre outras conclusões, o estudo demonstrou que o Cerrado, o segundo maior bioma brasileiro, é um dos mais ameaçados do mundo e tem somente 0,85% de sua área em unidades de conservação. O bioma Mata Atlântica, o mais ameaçado de todos, com apenas 73% da sua cobertura original, tem 0,69% de áreas especialmente protegidas. O bioma Caatinga possui, também, apenas 0,65% conservado por unidades de conservação.
O Brasil é o país de maior biodiversidade do Planeta. Foi o primeiro signatário da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), e é considerado megabiodiverso – país que reúne ao menos 70% das espécies vegetais e animais do Planeta –, pela Conservation International (CI).
A biodiversidade pode ser qualificada pela diversidade em ecossistemas, em espécies biológicas, emendemismos e em patrimônio genético.
Devido a sua dimensão continental e à grande variação geomorfológica e climática, o Brasil abriga sete biomas, 49 ecorregiões, já classificadas, e incalculáveis ecossistemas.
A biota terrestre possui a flora mais rica do mundo, com até 56.000 espécies de plantas superiores, já descritas; acima de 3.000 espécies de peixes de água doce; 517 espécies de anfíbios; 1.677 espécies de aves; e 518 espécies de mamíferos; pode ter até 10 milhões de insetos.
É preciso lembrar que abriga, também, a maior rede hidrográfica existente e uma riquíssima diversidade sociocultural.
Os estudos de representatividade ecológica levam em consideração diversos elementos tais como, riqueza biológica, vegetação, biogeografia, distribuição de áreas protegidas e antropismo.
Os estudos de representatividade têm por objetivo verificar como os diversos ecossistemas – biomas, ecorregiões e biorregiões – estão sendo representados por meio de ações conservacionistas como áreas protegidas, corredores ecológicos, projetos de preservação de espécies etc. Obtém-se, assim, uma identificação e análise de lacunas, que deverão ser consideradas na definição de prioridades de conservação.
Os métodos de identificação de ecorregiões, análise de lacunas, gestão biorregional e ecorregional, estão sendo empregados pelas principais instituições conservacionistas mundiais, o que resulta na padronização de procedimentos e eficiência nas ações.
Entende-se por ecorregião um conjunto de comunidades naturais, geograficamente distintas, que compartilham a maioria das suas espécies, dinâmicas e processos ecológicos, e condições ambientais similares, que são fatores críticos para a manutenção de sua viabilidade a longo prazo (Dinnerstein,1995)

sábado, 12 de novembro de 2011

A cerca pode fazer diferença na recomposição de áreas de conservação, dizem cientistas, agrônomos e ambientalistas

Especialistas em meio ambiente, em produção agrícola e cientistas são unânimes: com tecnologia, manejo adequado e crédito, é possível equilibrar a produção de alimentos e a conservação ambiental, inclusive com a reparação dos passivos exigida no Código Florestal. Este é o tema central do artigo produzido a várias mãos por algumas das mais importantes consultorias de agro do País, como o Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais – ICONE, Scot e Bürgi Consultoria, e ONGs ambientalistas de renome internacional, como a WWF, a The Nature Conservancy (TNC) e a Solidariedad Network Brasil, junto com a Associação dos Profissionais de Pecuária Sustentável. O artigo, que inaugura a seção Agro e Eco da RedeAgro (www.redeagro.org.br), trata da importância de uma solução simples e tradicional, o cercamento de áreas na propriedade rural, para uma necessidade prioritária do campo na atualidade, o cumprimento do Código Florestal Brasileiro, que está em vias de votação no Senado. A RedeAgro é uma iniciativa de associações, empresas, entidades e ONGs que estudam e promovem a atividade agrícola brasileira, e é coordenada pelo ICONE.

De acordo com o texto, que tem entre seus autores o professor Gerd Sparovek, que atua na área de conservação do solo e planejamento do uso da terra na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), rever a estratégia de manejo das pastagens pode garantir mais eficiência nas fazendas e ainda tornar possível a recomposição de Áreas de Preservação Permanente (APP), Reservas Legais (RL) e até mesmo a compensação dessas áreas fora da propriedade, com ganhos financeiros e ambientais para o produtor, pela melhoria nos procedimentos de manejo e diversificação de atividade econômica. Segundo as entidades que assinam o artigo, cerca de 80% dos passivos em APPs ocorrem sobre pastagens. Estas, por sua vez, equivalem a 77% das terras em uso pela agropecuária no Brasil, e garantem o posicionamento do país como o primeiro produtor e exportador mundial de carnes.
Os especialistas defendem que, para recompor áreas de florestas em pastagens situadas na Mata Atlântica, no Cerrado e na Floresta Amazônica, tudo o que se precisa é deixar de fazer nelas qualquer tipo de roçagem, química ou mecânica, cercá-las e, em um primeiro momento, colocar nelas o gado bovino.  Este comeria o capim tenro, deixando de lado a vegetação mais dura (lenhosa) da mata em restauração, que cresceria sem a competição voraz do capim. Com o crescimento dos arbustos e árvores típicos do bioma, o conseqüente sombreamento do pasto acabaria com o capim. Neste momento, sai de cena o gado, e tem-se uma área de conservação.
O problema, explica André Nassar, coordenador da RedeAgro, é que cercar áreas representa altos custos para o produtor. “A cerca elétrica não sai por menos de R$ 2,6 mil o quilômetro, e a fixa pode chegar a R$ 7 mil por quilômetro. A manutenção fica mais cara também, mais gente e material para aceiros e consertos”, diz Nassar.  Embora o resultante ganho de produtividade nas fazendas ajude a pagar em parte esta conta, os consultores alertam para a necessidade de disponibilização de crédito para este fim, preferencialmente, fácil e sem burocracia.
“Mais do que nunca, devemos pensar em soluções para o campo, de maneira a equilibrar o Agro e o Eco. Somos sete bilhões de pessoas no mundo, precisamos de alimentos e de fibras têxteis, mas não podemos descuidar dos nossos recursos naturais. Para produzir mais, utilizando áreas menores, e menos recursos, como a água, são necessários tecnologia e manejo eficiente. Isso tem custo”, diz o coordenador.
 
 
Fonte: RedeAgro

sábado, 5 de novembro de 2011

O Pantanal brasileiro está ameaçado de desaparecer por completo até 2050

Diz a organização alemã Global Nature Fund, que critica o crescimento da monocultura e a construção de usinas na região. Segundo a ONG alemã o crescimento da área plantada com soja e cana-de-açúcar é uma ameaça eminente à existência do Pantanal, que, de acordo com suas previsões, poderá desaparecer em menos de cinco décadas.

O Global Nature Fund (GNF) criticou duramente o governo de Mato Grosso do Sul, que permitiu a construção de usinas para a produção de etanol na região.Segundo Marion Hammerl, presidente do GNF, a produção intensiva de soja e etanol "deve ser proibida" na região, já que contribuem para a destruição do ecossistema através do uso de pesticidas e da poluição dos rios.A instituição declarou o Pantanal como a "região úmida em perigo de 2007", um título que é dado todo ano a uma área ameaçada.Entre as regiões que já receberam esse título no passado estão o lago Vitória, na África, e o lago Chapala, no México.Patrimônio naturalPor causa de sua flora e fauna exuberantes o Pantanal foi considerado Reserva da Biosfera Mundial e Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco no ano de 2000.Em dezembro de 2005 a ministra do Meio Ambiente Marina Silva assinou um ato para a constituição do Conselho Gestor da Reserva da Biosfera do Pantanal, que elabora e monitora o plano de ação da reserva. No entanto, ambientalistas dizem que até agora pouco foi feito para preservar a área.Eles criticam também o cancelamento de um contrato do governo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) que previa investimentos na preservação do Pantanal. 
 
Fonte: BBC Brasil

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Gás metano é transformado em energia elétrica em aterros sanitários

Em 2005, um grupo de pesquisa do Centro Nacional de Referência em Biomassa (Cenbio), do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP (Universidade de São Paulo) enviou uma proposta ao Ministério de Minas e Energia para testar a capacidade de produção de energia elétrica a partir do lixo. No ano seguinte, eles deram início ao projeto buscando um aterro onde já houvesse o processo de captação de biogás, ou seja, tubulações perfuradas capazes de captar o gás metano emitido pelo lixo. A equipe acbou escolhendo o aterro da cidade de Caieiras, para fazer a pesquisa.
Globo Universidade: Energia do lixo (Foto: Divulgação)
Vista aérea do aterro sanitário de Caieiras
(Foto: Divulgação)
O aterro possui mais ou menos 50 metros de altura. Conforme ele vai crescendo, a tubulação que capta o gás metano tem que ir acompanhando sua altura. Há diversos pontos de captação, todos individuais, que são ligados a uma única tubulação transportadora de gás. Esta é ligada a um equipamento que aspira o metano vindo do aterro. O gás captado é direcionado para ser queimado em um aparelho chamado flare,um cilindro que queima o biogás e transforma o metano em dióxido de carbono (CO2). Isto porque o metano é vinte e uma vezes mais prejudicial ao meio ambiente que o CO2.
Pesquisadora do Cenbio, Vanessa Pécora Garcilasso explica porque o Aterro Caieiras foi escolhido para abrigar a pesquisa. “Nem todos os aterros tinham esse procedimento. A maioria dos aterros tinha apenas drenos individuais feitos com tubulação de concreto. Além disso, a eficiência de queima também era muito menor. Para a transformação acontecer com bom aproveitamento, a temperatura do gás tem que ser controlada pelo flare. Na maioria dos aterros o índice de transformação era de 20% apenas. Atualmente, no Aterro Caieiras 99% do gás transformado é aproveitado”, explica Vanessa.
O grupo implantou um sistema de 200 kw de potência, em caráter demonstrativo. Como o objetivo era fazer um estudo da tecnologia nacional, eles compraram o motor de maior potência fabricado no Brasil, disponível na época, e fizeram uma derivação da tubulação para alimentar o motor. O biogás entra como combustível e transforma a energia mecânica em energia elétrica acionando um gerador.
“A princípio, como a gente não sabia como utilizar a energia, pensamos em oferecer para a rede da cidade. Mas a quantidade era pouca. Depois, pensamos em utilizar para o consumo do próprio aterro. No entanto, fazer esta ligação de energia demandaria um custo alto e muito tempo. Por isso, resolvemos conectar a um dos sopradores, que tem a função de aspirar o biogás do aterro. Então, o que temos é o gasto de energia com o equipamento anulado” conta Vanessa.
O projeto foi encerrado em dezembro de 2009. Após o término, a equipe do Cenbio treinou os trabalhadores do aterro para operar o sistema. E, embora os resultados finais ainda estejam em análise, a equipe acredita que teve uma resposta positiva. “Apesar do alto investimento de um processo de captação, que demandou aquisição de equipamento, nós temos um tempo de retorno curto. Entre 3 e 5 anos conseguimos ter um resultado. A finalidade da pesquisa foi demonstrar que é possível utilizar a energia do lixo e nós conseguimos. Fica comprovado que os aterros localizados nos interiores dos estados brasileiros podem, sim, investir nesses sistemas, que eles terão retorno”, finaliza Vanessa.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Transgênicos são irreversíveis e estão chegando à segunda geração

Passados mais de 30 anos da modificação da bactéria Escherichia coli para produção de insulina e 16 anos do anúncio da soja transgênica, o mercado e a ciência ampliam o uso dos organismos geneticamente modificado (OGMs) e avaliam que uma nova geração de transgênicos está surgindo.
A promessa da engenharia genética é a de que a tecnologia aumente o número de vacinas, enriqueça os alimentos e diminua o impacto ambiental no campo e nas cidades. Segundo a Sociedade Brasileira de Genética (SBG), com a transgenia é possível, por exemplo, fabricar sabão com bactérias geneticamente modificadas e ter um produto menos poluente que retira apenas a gordura da roupa sem desgastar o tecido.

Outro exemplo está na a indústria têxtil que agora com um algodão geneticamente modificado pode fabricar o jeans desbotado sem utilizar o ácido que provocava o efeito stonewashing, mas contaminava o meio ambiente. No Japão, cientistas estudam a aplicação dos genes das aranhas relativos à produção de teias em bichos-da-seda, para que a indústria possa fabricar meia-calça mais resistente e mais flexível.

Conquistas como essas fazem da transgenia "um processo irreversível", segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner. Ele avalia que há uma demanda crescente nas lavouras por OGMs, o que tem possibilitado aumento de renda dos produtores. Em sua opinião, além do mercado, a sociedade se beneficia com a tecnologia. Segundo ele, a nova geração de alimentos transgênicos terá a adição de vitaminas, sais minerais e ômega 3.

Marcio de Castro Silva Filho, do Departamento de Genética da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), confirma que esses produtos devem chegar ao mercado até o final da década. Ele acredita que o barateamento da tecnologia alimenta o progresso. "Quem imaginaria que hoje está se determinando a sequência do genoma de uma espécie de planta com o custo na ordem de milhares de dólares, sendo que há poucos anos o custo era na casa de bilhões de dólares?".

O pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Francisco Aragão, um dos responsáveis pela primeira semente de feijão transgênico, acrescenta que "já há estudos de biossegurança para o desenvolvimento de espécies de feijão e de soja que necessitam de menos água no cultivo". Segundo ele, também está em desenvolvimento uma espécie de alface enriquecida com ácido fólico, prescrito pelos médicos para o pré-natal para evitar a anemia.

Além desses produtos, o presidente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), Edilson Paiva, lembra que já foram aprovados na comissão o uso do microrganismo que transforma a sacarose da cana-de-açúcar em biodesel e a alteração genética do Aedes aegypti para que o seu descendente não consiga se reproduzir. Ele vislumbra que a nova geração de transgênicos utilizará plantas para produzir hormônio de crescimento, fatores de coagulação e até antígenos contra o câncer.

"Nós estamos vendo somente a ponta do iceberg. Nós vamos ter que manter a mente e o coração abertos porque vamos ter que mudar vários conceitos e tabus que nós temos", diz Paiva. Marcio de Castro Silva Filho, da Esalq, concorda e aponta que "houve um notável avanço tanto na descoberta de novas informações, como também no uso de instrumentos e desenvolvimento de equipamentos que permitiram uma série de possibilidades que eram inimagináveis em um cenário de 20 anos atrás".

Segundo a CTNBio, 29 países plantam sementes transgênicas em uma área acumulada em 15 anos de 1 bilhão de hectares (maior que a China). No ano passado, a área plantada em todo mundo foi 150 milhões de hectares. As lavouras foram trabalhadas por 14,4 milhões de agricultores, nove de cada dez envolvidos eram agricultores familiares. 
Fonte: Agência Brasil

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

População mundial chega a 7 bilhões de pessoas, diz ONU

A população mundial vai atingir a marca de 7 bilhões de pessoas na próxima segunda-feira (31), de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), que usou estimativas de demografia e selecionou a data de forma simbólica para debater o tema e discutir ideias de crescimento e sustentabilidade.
O número será alcançado apenas 12 anos depois de um bebê nascido em Sarajevo ter sido nomeado pela ONU como o 6ª bilionésima pessoa a nascer, e 24 anos depois de o 5º bilionésimo ter nascido na Bósnia.
Segundo o Departamento do Censo dos Estados Unidos, entretanto, o dado das Nações Unidas é precoce, e a população mundial é de "apenas" 6,97 bilhões no final de outubro. A marca de 7 bilhões, segundo o dado dos demógrafos americanos, chegaria apenas em abril do próximo ano.
Velocidade de crescimentoO crescimento da população mundial nas últimas décadas foi rápido, impulsionado especialmente por uma maior expectativa de vida - a média atual é de 68 anos, quando era de apenas 48 anos em 1950. A velocidade de aumento populacional começa a diminuir de ritmo, entretanto, graças a taxas de natalidade cada vez menores. Depois de a população crescer até 2% ao ano na década de 1960, a taxa de aumento do número de pessoas no mundo está se estabilizando em metade disso.
7 bilhões sete bilhões mundo habitantes ONU 2011 (Foto: Editoria de Arte/G1)
Segundo a previsão mais atual da ONU, vão ser necessários 14 anos para que surja mais um bilhão de pessoas no mundo, e a população mundial só deve chegar a dez milhões de pessoas no fim do século. A mudança na tendência não só vai fazer com que o ritmo de crescimento seja mais lento, mas como vai gerar um envelhecimento da população, criando sociedades com mais pessoas idosas do que jovens. Isso vai fazer com que a população "envelheça". Segundo o relatório da ONU, em 2011 há no mundo 893 milhões de pessoas com mais de 60 anos, mas no meio do século este número passará de 2,4 bilhões.
Mundo heterogêneoApesar de ser apresentada como um único bloco, a população mundial vive momentos muito heterogêneos em relação a seu tamanho e sua taxa de crescimento. Cerca de 60% da população mundial vive na Ásia. Somente na China e na Índia, juntas, há mais de 2,5 bilhões de pessoas. A África tem 15% das pessoas do mundo atual, enquanto um quarto da população vive no resto do mundo (Américas, Oceania e Europa). No Brasil, a população não chega a 200 milhões.
O quadro futuro vai mudar bastante, entretanto. Enquanto a população da Europa tem uma taxa de fecundidade de apenas 1,53 - estimativa do número médio de filhos que uma mulher teria até o fim de seu período reprodutivo, o que indica envelhecimento e diminuição da população - na África a taxa de fertilidade chega a 4,64. Na América Latina a taxa é de 2,3, Na América do Norte e na Ásia de 2,03 e na Oceania de 2,49.
Enquanto no Reino Unido, o número de pessoas com mais de 85 anos dobrou entre 1985 e 2010, o percentual de pessoas com menos de 16 anos caiu de 21% para 19% no mesmo período. No sul da África, por outro lado, a previsão é de que a população triplique em 40 anos. Segundo dados divulgados pela rede britânica BBC, enquanto a fertilidade global caiu de cinco para 2,5 crianças desde 1950, as mulheres de Zâmbia têm seis filhos, em média.
Segundo a ONU, um quinto da população mundial vive em países com alta fertilidade. É ali que a população mais cresce, e que pode chegar a 2 bilhões de pessoas em 2050.

Fonte:G1

sábado, 22 de outubro de 2011

#Floresta faz a diferença


O Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável é uma coalizão formada por 152 organizações da sociedade civil brasileira contrárias ao PLC 30/2011 aprovado pela Câmara dos Deputados.
Lançado em 07 de junho de 2011, o Comitê pretende mobilizar os brasileiros a manifestarem sua discordância e com isso, sensibilizar os senadores para a aprovação de uma lei que:
• Garanta efetivamente a conservação e uso sustentável das florestas em todos os biomas brasileiros
• Trate de forma diferenciada e digna agricultores familiares e populações tradicionais;
• Garanta a recuperação florestal das áreas ilegalmente desmatadas;
• Reconheça e valorize quem promove o uso sustentável;
• Contribua para evitar desastres ambientais e ajude a garantir água de boa qualidade para as cidades;
• Acabe de vez com o desmatamento ilegal
O Comitê em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável é coordenado por:

Amazônia Para Sempre;
ABONG;
CNBB;
Coalizão SOS Floresta (Amigos da Terra - Amazônia; APREMAVI; FLORESPI;
Fundação Grupo Boticário; Greenpeace; ICV; IMAFLORA; IPAM; ISA; SOS Mata
Atlantica; WWF Brasil; Sociedade Chauá SPVS)
Comissão Justiça e Paz – CJP;
CNS;
Comitê Inter-Tribal;
CONIC;
CUT;
FETRAF;
FNRU;
FASE;
FBOMS;
FETRAF;
Forum de Mudança Climática e Justiça Social;
Fórum ex-Ministros Meio Ambiente;
GTA;
IDS;
INESC;
Instituto Ethos;
Jubileu SUL;
OAB;
Rede Cerrado;
Rede Mata Atlântica;
REJUMA;
Via Campesina (ABEEF, CIMI, CPT, FEAB, MAB, MMC, MST, MPA, MPP e PJR)

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Controle biológico: mais barato e seguro

Uso de insetos no controle de pragas é mais econômico e minimiza riscos de resíduos em culturas como hortaliças e frutas

Quando o problema na lavoura está relacionado às pragas, existem diversas formas de controle, como o já conhecido uso de produtos químicos ou a utilização de técnicas de manejo adequadas. Entre essas técnicas está o controle biológico que consiste em utilizar insetos predadores para acabar com o problema de pragas na cultura. Além de mais barata, a técnica diminui riscos de resíduos em lavouras como as de frutas e hortaliças. Segundo Carlos Gava, pesquisador da Embrapa Semiárido, a técnica consiste em reproduzir, na área do produtor, o que acontece no campo. Ele explica que na ecologia de insetos, existe um grupo que reúne parasitas e predadores de outros insetos.

— O que fazemos é buscar os que são mais eficientes e liberá-los no campo do produtor. Existem três formas de fazer isso. Uma delas é aproveitar os insetos que já existem no campo e usar algumas estratégias para aumentar a população deles. A outra é buscar em alguma região do país ou do mundo algum inseto que seja interessante e introduzi-lo onde ele não ocorre. A terceira delas é a técnica chamada inseto estéril, que substitui a população de machos nativos por uma população introduzida de machos estéreis — conta.

Gava afirma que existem alguns insetos caracterizados como predadores inespecíficos, mas ressalta que é interessante que o produtor utilize insetos já testados, como algumas joaninhas que podem atacar qualquer inseto. Por isso, o agricultor deve buscar pessoas que já tenham um histórico de uso da técnica, na sua região, e que possam fazer uma boa recomendação.

Já quando o assunto é como manter esses predadores próximos à cultura, o entrevistado diz que o ideal é que o produtor utilize refúgios, ou seja, deixe algumas áreas com vegetação nativa próximas às áreas de cultivo, onde o inimigo natural poderá permanecer durante as entressafras.

— O custo dessa técnica é muito reduzido, pois não há a necessidade do uso de defensivos. Caso haja essa necessidade, o produtor deve ajustar o tipo de produto a ser utilizado com técnica de controle biológico, usando então produtos menos agressivos — orienta.

De acordo com o pesquisador, antes de adotar o controle biológico, o produtor deve buscar muita informação sobre o agente de controle que vai usar. Além disso, como já dito anteriormente, ele deve saber que, se não houver um refúgio natural para que esse predador se esconda nos períodos em que não há presas, ele vai desaparecer.

— Algumas culturas, como hortaliças e frutas, apresentam sérios problemas de carência no final do ciclo. Então, existem nichos para os quais o controle biológico se torna a única alternativa. Se o produtor utilizar herbicidas no final do ciclo dessas culturas, ele terá problemas de resíduos e contaminação do consumidor — explica Gava.

O entrevistado chama a atenção mais uma vez para a informação prévia. Ele conta que, em alguns casos, existem fabricantes que oferecem suporte técnico ao produtor, mas em outros não.

— Portanto, o produtor sempre deve procurar órgãos de pesquisas, extensões, universidades, algum engenheiro agrônomo ou alguém na área que já tenha um conhecimento prévio sobre a técnica antes de começar a usar — orienta.

Para mais informações, basta entrar em contato com a Embrapa Semiárido através do número (87) 3862-1711.