quarta-feira, 25 de abril de 2012

Câmara aprova texto-base do novo Código Florestal

Texto tem pontos defendidos por ruralistas que haviam caído no Senado.
PT defendia aprovar o texto do Senado, mas não obteve maioria.

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (25) o texto-base do projeto que modifica o Código Florestal, com pontos defendidos por ruralistas e sem as mudanças feitas a pedido do governo na versão que havia sido aprovada no Senado.
O texto agora não volta mais para o Senado. Com a conclusão da votação na Câmara, a proposta irá direto para a sanção da presidente Dilma Rousseff, que tem o direito de vetar o projeto na íntegra ou em partes.
O texto-base foi aprovado com 274 votos a favor, 184 contra e duas abstenções. O relator, deputado Paulo Piau (PMDB-MG), retirou pontos que tornavam o texto "ambientalista", na visão dos ruralistas.
A principal vitória do governo foi a manutenção de um ponto aprovado no Senado que previa a recomposição de mata desmatada nas margens de rios. Pelo texto aprovado, os desmatadores deverão recompor uma faixa de, no mínimo, 15 metros de mata ciliar ao longo das margens.
Umas das principais modificações para atender ao setor agropecuário está na exclusão do artigo 1º do texto aprovado pelo Senado, que definia uma série de princípios que caracterizam o Código Florestal como uma lei ambiental.
Ambientalistas protestam nas galerias da Câmara (esq.); deputados ruralistas comemoram votação do texto-base (Foto: Reuters)Ambientalistas protestam nas galerias da Câmara (esq.); deputados ruralistas comemoram (Fotos: Reuters)
Para o PV e o PT, ao rejeitar esse dispositivo, o relator reforçou a tese de que o Congresso está transformando o Código Florestal em uma lei de consolidação de atividades agropecuárias ilegais, ou uma lei de anistia, o que contraria o governo.
Ficaram de fora, por exemplo, orientação para que o Brasil se comprometesse com a preservação das florestas, da biodiversidade, do solo, dos recursos hídricos e com a integridade do sistema climático.
Também foi eliminado princípio que reconhecia "função estratégica" da produção rural para a recuperação e manutenção das florestas. Outro princípio excluído dizia que o Brasil iria seguir modelo de desenvolvimento ecologicamente sustentável, para conciliar o uso produtivo da terra com a preservação.
PT
O PT tentou convencer os parlamentares a rejeitar a versão de Piau e aprovar o texto do Senado na integralidade, mas não obteve maioria. Isso porque o PMDB, segunda maior bancada da Câmara, e a bancada ruralista votaram em peso pelo relatório de Piau.
"Anuncio 76 votos do PMDB para o texto do Piau. O Código Florestal deve proteger, querem que criminalize [o produtor]", disse em discurso no plenário o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN).
Em vão, o líder do PT, Jilmar Tatto (SP), fez um apelo para que os deputados aprovassem o texto do Senado, que previa maiores garantias de proteção ao meio ambiente. "Não queremos crescimento que degrada e que depreda, como está acontecendo com a China. Queremos um crescimento sustentável. Um crescimento com água limpa, mananciais para que região urbana possa ser abastecida e que a região rural possa ter água para irrigar", disse.
Para Tatto, o texto de Piau significa um retrocesso na lei ambiental. "Esse relatório é um retrocesso. Vamos votar o relatório do Senado e vamos fazer ajustes, mas ajustes que dialogam com o setor ambiental e com o governo", pediu. O PT ainda tentará modificar trechos do relatório de Piau através de destaques.
Reflorestamento
Para o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), o relator contrariou o regimento da Casa ao excluir trecho do texto aprovado pelo Senado que exigia dos produtores a recomposição de, no mínimo, 15 metros de vegetação nativa nas margens de cursos d'água com até 10 metros. O artigo prevê ainda que, para os rios com leitos superiores a 10 metros, a faixa de mata ciliar a ser recomposta deveria ter entre 30 e 100 metros de largura.
A recomposição vale para quem desmatou até julho de 2008 e é uma alternativa ao pagamento de multas aplicadas aos produtores que produziram em APPs.
O relator tentou deixar os percentuais de recomposição para regulamentação posterior, a cargo da União e dos estados. No entanto, o presidente da Câmara disse que o trecho não poderia ter sido excluído porque já tinha sido aprovado pelo Senado e também pela Câmara, na primeira votação da matéria, em maio de 2011. Desse modo, Maia restituiu o artigo do Senado que previa os limites de recomposição da área desmatada.
Diante da exigência de Maia, Piau decidiu incorporar ao seu texto o parágrafo 6ª do artigo 62, que estabelece que a exigência de recomposição em APPs para pequenos produtores "não ultrapassará o limite da reserva legal estabelecida para o respectivo imóvel". A reserva legal é o percentual de mata nativa que deve ser preservado nas propriedades privadas, a depender de cada região. O artigo de Piau visa evitar que a área de recomposição se torne muito maior do que a propriedade que poderá ser mantida pelo produtor.

APP em área urbana
Ao ler o relatório nesta quarta, Piau fez uma modificação no texto que foi admitida por Marco Maia. O relatório preliminar, entregue na terça aos deputados, suprimia completamente referências às Áreas de Preservação Permanente (APP) em região urbana.

Piau resolveu resgatar trecho do texto do Senado que contém a previsão das APPs. No entanto, o relator retirou a última frase do artigo que restringia o limite das faixas de beira de rio. Pelo texto de Piau, os estados e municípios poderão delimitar livremente as áreas de preservação em cursos d’água de regiões urbanas.

"Quando você amarra nestas faixas, você está ajudando a confundir mais. Imagina Petrolina e Juazeiro, onde passa o rio São Francisco ali, fica engessado na sua área de expansão. Você limita e tira a autonomia dos municípios de tomar a decisão", afirmou o deputado.

A alteração foi questionada por parlamentares do PV e do PSOL. Segundo eles, pelo regimento, Piau não poderia mudar a redação do texto do Senado. No entanto, o presidente da Câmara disse que Piau, como relator, pode suprimir trechos acrescentados pelo Senado que não tenham sido aprovados na Câmara.

O relatório
Ao todo foram feitas 21 mudanças no substitutivo aprovado pelo Senado no ano passado. Muitas foram apenas correções de redação e exclusão de artigos repetidos. Outras trataram de pontos importantes para produtores rurais e ambientalistas.

O texto de Piau excluiu da versão do Senado os artigos que regulamentavam as áreas de criação de camarões, os chamados apicuns, que considerou excessivamente detalhados. Apenas partes dos artigos que tratavam do uso restrito de solo foram mantidas, deixando claro que as criações dependem do zoneamento ecológico e econômico da zona costeira.

Também foi retirado o artigo que exigia a adesão de produtores ao Cadastro Ambiental Rural (CAR) em até cinco anos para o acesso ao crédito agrícola. Segundo o relator, o cadastro depende do governo, o que poderia prejudicar os produtores.
Fonte:G1

domingo, 22 de abril de 2012

DIA DA TERRA

O Dia da Terra vem ganhando cada vez mais importância desde que foi criado timidamente no início da década de 1970. Este ano, mais de 500 milhões de pessoas devem comemorar o Dia da Terra em 85 países. A nossa programação vai incentivar você a se preocupar com o planeta. 

Este ano a programação de domingo 22, começa com o documentário clássico "Consumo Humano" e continua com a estreia de "Revolución Forestal na qual a Greenpeace e a Nat Geo se unem para revelar que é possível viver dos bosques e protegê-los ao mesmo tempo. 

Tudo sobre ecologia: conselhos, estatísticas e muita informação sobre o cuidado consciente com o meio ambiente.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Prorrogação de decreto não vai atrasar votação do Código Florestal



Prorrogação de decreto não vai atrasar votação do Código Florestal 

Canal do Produtor - Assessoria de Comunicação CNA 
A prorrogação por mais 60 dias do prazo para averbação das áreas de reserva legal nas propriedades rurais foi uma medida preventiva do Governo para evitar a punição dos produtores rurais que não registraram estas áreas. A avaliação é do presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente e vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Assuero Doca Veronez, para quem o prazo concedido pelo Decreto 7.719, não adiará a votação do novo Código Florestal, na Câmara dos Deputados, prevista para o próximo dia 24. O decreto foi publicado na noite do dia 11/04/2012, em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), ampliando por mais dois meses o período para os produtores averbarem as áreas de preservação ambiental – de 20% a 80% da área total da propriedade – a título de reserva legal. 

Com a edição do decreto, a data final para averbação, que venceu no dia 11/04/2012, passou para 11 de junho. O registro das áreas de reserva legal está previsto no artigo 152 do Decreto 6.514, publicado em 22 de julho de 2008, a pretexto de regulamentar a Lei 9.605/98, conhecida como Lei de Crimes Ambientais, que prevê penalidades para quem cometer infrações ambientais. Esta é a quarta vez que o Governo prorroga o prazo para o início da aplicação de multas pela não averbação da reserva legal. “A medida já era esperada, para dar segurança e tranquilidade ao setor agropecuário, enquanto se aguarda a votação do novo Código Florestal. Foi adotada como precaução, para permitir as negociações finais do texto dentro de um clima de tranquilidade. Mas acreditamos que a matéria será votada ainda este mês, na data pré-agendada”, afirma o vice-presidente da CNA. 

Segundo Veronez, há uma expectativa muito grande de apreciar a matéria ainda em abril e os ajustes finais estão quase concluídos nas discussões com o Governo. Ele avalia que a atualização da legislação ambiental dará a segurança jurídica necessária para o produtor rural brasileiro continuar produzindo alimentos, regularizando mais de 90% das propriedades rurais brasileiras. Com um novo Código Florestal, acrescenta o vice-presidente da CNA, o Brasil reforçará seu compromisso com a preservação do meio ambiente e mostrará a sustentabilidade do setor agropecuário na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que acontece em junho, no Rio de Janeiro. “Mostraremos nosso exemplo ao mundo, que produzimos sem prejudicar o meio ambiente, com tecnologia e boas práticas agropecuárias, o que nos permitiu aumentar nossa produtividade em proporções muito superiores à abertura de novas áreas para produção. Mesmo com o novo Código, o País continuará mantendo inéditas restrições de uso das propriedades e adotando uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo”, destaca Assuero Veronez. 

A proposta de atualização do Código Florestal está na última fase de tramitação no Congresso Nacional. A proposta foi aprovada pela Câmara dos Deputados em maio do ano passado, por 410 votos favoráveis e 63 contrários. Seguiu, depois, para o Senado, que avaliou a matéria em quatro comissões, sendo aprovada pelo plenário da Casa, em 6 de dezembro. Com as alterações feitas pelos senadores, o texto retornou à Câmara, onde aguarda nova votação, antes de ir para sanção da Presidência da República.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Técnica visa o uso racional de adubos

Por meio de dados específicos de áreas geograficamente referenciadas, é possível implantar o processo de automação agrícola dosando adubos e defensivos 

A cada dia novos equipamentos tecnológicos são lançados ao mercado com o objetivo de aumentar a eficiência de trabalho na agricultura, trazendo mais rentabilidade e conforto ao campo. A Agricultura de Precisão (AP) é uma delas, a prática agrícola na qual se utiliza tecnologia de informação baseada no princípio da variabilidade do solo. A partir de dados específicos de áreas geograficamente referenciadas, é possível implantar o processo de automação agrícola dosando adubos e defensivos. “A agricultura de precisão visa auxiliar técnicos e produtores rurais na busca das melhores opções quanto ao uso mais eficiente de corretivos e fertilizantes em suas lavouras”, explica o engenheiro agrônomo Auro Bedretchuk. 

USO RACIONAL 

A agricultura de precisão possui a finalidade de estabelecer condições ideais às espécies cultivadas na agricultura, sejam químicas, físicas ou biológicas, e se utiliza da geoestatística, que é a analise de dados de amostras georreferenciadas. “O método entende que cada ponto de amostra é único e procura a correlação entre as amostras vizinhas”, comenta. De acordo com Bedretchuk a agricultura de precisão tem por objetivo a redução dos custos de produção, a diminuição da contaminação da natureza pelos defensivos utilizados e o aumento da produtividade. “A vantagem é em função da rentabilidade, pois o processo visa retornar parte do que planta retira do solo”, diz. Segundo o engenheiro agrônomo, a planta extrai nutrientes do solo, que voltam para o solo em forma de palhada. “A agricultura de precisão permite o uso racional do adubo, no qual o produto só irá ser aplicado onde o solo realmente precisa”, comenta. Para ele, a técnica é sustentável. O custo médio é de R$120 por hectare, ou seja, duas a três sacas de soja. 

FERRAMENTAS 
As ferramentas que possibilitaram o desenvolvimento deste tipo de agricultura foram os microprocessadores e os aparelhos de posicionamento global por satélite (GPS), que acoplados a colheitadeiras, semeadoras e outros implementos agrícolas, permitem o levantamento de dados, sua tabulação cumulativa e a aplicação dosada e localizada de insumos. Outro tipo de ferramenta fundamental para a agricultura de precisão são os softwares de Sistema de Informação Geográfica (SIG). Segundo Bedretchuk, por meio da análise de solos de vários pontos georreferenciados é possível gerar um mapa de fertilidade do solo e aplicar adubos em níveis adequados de macro e micro nutrientes. “A máquina programa uma taxa variável com uma aplicação georrefenciada.”

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Brasil pode se tornar 10º maior produtor de eólica, diz EPE

A estimativa para 2013 é um salto de 10 posições, já que o país terminou 2011 na 20ª colocação

ThinkStock
O Brasil pode se tornar em 2013 o décimo maior produtor de energia eólica do mundo, um salto de 10 posições, já que o país terminou 2011 na 20ª colocação. A projeção foi apresentada nesta segunda-feira (2/4) pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim, durante conferência sobre a energia eólica brasileira que se realiza em São Paulo.

A estimativa tomou como base o crescimento da capacidade instalada observada no ano passado nos demais países do mundo e a previsão da entrada dos parques eólicos já contratados nos leilões organizados pelo governo. Neste ano, começam a entrar em operação as primeiras usinas contratadas em leilão considerado competitivo para a energia eólica - o leilão de reserva de 2009. Isso também permitirá que o Brasil se torne o quarto ou quinto país que mais amplia sua capacidade instalada eólica, ante a 11ª posição atual.
Conforme Tolmasquim, atualmente aproximadamente 7GW já estão contratados e deverão entrar no sistema até 2016, montante que ainda deve aumentar para 8GW, uma vez que ainda deverão ser realizados leilões para contratação de energia para início de fornecimento nesse ano.

A associação setorial Abeeólica destaca que atualmente a capacidade instalada do segmento é de 1461MW e 1200MW estão em construção, enquanto 6000MW estão contratados. A partir do próximo ano haverá um incremento de aproximadamente 2.000MW por ano.
 Fornecedores
Tolmasquim ressaltou durante sua apresentação que esse forte crescimento tem atraído vários fornecedores no país. Segundo ele, até o momento oito empresas já se instalaram e até 2013 pelo menos mais uma entrará em operação. Outros competidores analisam construir uma fábrica no Brasil, disse, citando a Siemens, Sinovel e Guodian United Power, entre outros. Ele lembra que como a capacidade produtiva desses fornecedores deve ser superior à demanda do País, parte significativa será destinada à exportação. Sinalizou também que parte dessas empresas ainda usa suas unidades no país principalmente para a montagem dos equipamentos

Fonte: Revista Globo Rural.