sexta-feira, 29 de junho de 2012

Estudo aponta que benefícios socioambientais da biotecnologia são rentáveis para agricultura brasi


O milho transgênico plantado pela primeira vez no Brasil em 2008 já se consolida
como um case da biotecnologia agrícola mundial

22/3/2011 – Deixar de utilizar um volume de água doce suficiente para abastecer Recife
e Porto Alegre durante um ano. Reduzir as emissões na atmosfera de volume de CO2
equivalente ao que seria compensado por quase 22 milhões de árvores. Não queimar
combustível suficiente para abastecer 465 mil veículos diesel. Deixar de despejar sobre
os campos brasileiros mais de 120 mil toneladas de defensivos agrícolas. Esses são
alguns dos benefícios da adoção de biotecnologia na agricultura no Brasil previstos
para os próximos 10 anos, de acordo com dados identificados pela Céleres Ambiental
em estudo para a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (ABRASEM).
Infográfico: (clique para ampliar)
http://dl.dropbox.com/u/19133716/Abrasem_biotec2011_web.jpg
“Modernizar a agricultura e investir em tecnologia são os principais caminhos para os
produtores rurais, para que possamos superar o desafio de alimentar cada vez mais
pessoas mantendo ou reduzindo a área produtiva, gerando renda ao produtor e
minimizando o impacto ao meio ambiente”, analisa o presidente da entidade, Narciso
Barison Neto. “No caso das sementes, que é o negócio dos associados da ABRASEM, a
biotecnologia é a principal ferramenta tecnológica para unir produtividade, custos
competitivos e redução de impacto ambiental.”
A Céleres (responsável pela parte econômica do estudo) e a Céleres Ambiental
visitaram, no segundo semestre de 2010, 396 propriedades rurais pelo Brasil, pelo
quarto ano consecutivo, fazendo um levantamento no campo dos benefícios
socioambientais e econômicos das culturas geneticamente modificadas atualmente
aprovadas no País – soja, milho e algodão.
Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o
mundo precisa ser capaz de produzir alimentos para 9 bilhões de pessoas em 2050, em
um planeta com cada vez menos áreas produtivas disponíveis. “Isso faz com que os
agricultores precisem ser mais eficientes em suas lavouras e diminuir sua dependência
de defensivos e uso excessivo de água. O aumento da produção agrícola precisa ser
sustentável, e a biotecnologia mostra que isso é possível no Brasil”, avalia a bióloga
Paula Carneiro, especialista em meio ambiente.
A evolução do milho transgênico
O caso do milho transgênico no Brasil é exemplar no cenário da biotecnologia agrícola
mundial. Acompanhando in loco as quatro últimas safras, a Céleres testemunhou,
desde o primeiro plantio no Brasil, em 2008, a evolução da adoção das primeiras
variedades transgênicas resistentes a inseto. “O que mais chamou a atenção foi a
rápida adoção da tecnologia pelos produtores”, assinala Anderson Galvão, que
respondeu na Céleres pela avaliação econômica da lavouras transgênicas do estudo da
ABRASEM.
http://dl.dropbox.com/u/19133716/Ritmo_adocao_biotecABRASEM.jpg
Na safra 2009/2010, analisada nos estudos, 32,5% da produção brasileira de milho
utilizou variedades transgênicas. Um ano depois – e três anos após a chegada do milho
GM às lavouras –, esse índice já era de 57%, chegando a 75% na safrinha de inverno.
Como comparação, segundo Galvão, a soja GM, cujo plantio no Brasil foi aprovado na
safra 2005/2006 (mas que ilegalmente já era plantada em solo brasileiro desde o início
dos anos 2000), demorou nove anos para atingir os mesmos 57% do plantio total
brasileiro de soja.
A bióloga Paula Carneiro assinala que foram, principalmente, os benefícios
socioambientais do plantio do milho transgênico que estimularam a rápida adesão dos
produtores, uma vez que eles significaram economias significativas de insumos. No
caso dos defensivos agrícolas, por exemplo, na safra 2009/2010, os agricultores
economizaram o equivalente a 2,7 mil toneladas de ingrediente ativo em suas
aplicações nas lavouras. Esse volume foi o dobro do que haviam reduzido na safra
anterior (2008/2009), a primeira com híbridos transgênicos no Brasil.
Nos próximos dez anos, a adoção da biotecnologia na cultura do milho possibilitará
uma redução na área semeada com esse cereal de 49,5 milhões de hectares. “Esse
resultado deve ser visto como uma poupança ambiental e econômica, na qual os
produtores poderão dispor num futuro mais distante e, assim, atuando de forma mais
sustentável. As outras culturas que adotam biotecnologia agrícola no Brasil – o algodão
e a soja – também permitem uma economia não menos expressiva no uso da terra
agrícola, de 9,3 milhões de hectares”, explica Paula Carneiro.
Evolução dos benefícios ambientais com a adoção da biotecnologia no Brasil
(Valores anuais com base na adoção prevista)
00/01 08/09 09/10 19/20
H2O: Benefício líquido (bilhões de l/ano) 0,4 2,1 3,6 18,1
Diesel: Benefício líquido (milhões de l/ano) 3,7 17,8 29,7 150,8
Equivalente CO2: Benefício líquido (mil t CO2/ano) 9,8 47,1 78,8 399,9
Uso de ingrediente ativo: Benefício líquido (mil t de i.a./ano) 0,2 1,3 2,7 17,2
Fonte: Céleres
A íntegra dos estudos está disponível nas páginas da ABRASEM, Céleres Ambiental e
Céleres na internet: www.abrasem.com.br, www.celeresambiental.com.br e
www.celeres.com.br. Anderson Galvão é engenheiro agrônomo especialista em
economia agrícola e sócio-diretor da Céleres. Paula Carneiro é bióloga especialista em
meio ambiente e diretora da Céleres Ambiental.
Sobre a Abrasem
A Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem) representa os vários
segmentos do setor de sementes e mudas no Brasil, desde a parte inicial do ciclo de
produção agrícola, levando assistência técnica aos produtores rurais, apoiada na
pesquisa e desenvolvimento de novas variedades de plantas que mais se adaptem às
variadas regiões geográficas do país. Fundada em 1972, a Abrasem reúne 12
associações de produtores de sementes e mudas, além do segmento de pesquisa
(obtentores), e congrega 620 produtores associados, 4 mil técnicos e 15 mil
vendedores, além de gerar cerca de 220 mil empregos diretos e indiretos. Visite
www.abrasem.com.br.
Sobre a Céleres
Fundada em 2002 e com sede em Uberlândia, MG, a Céleres figura entre as mais
respeitadas consultorias especializadas em agronegócio no Brasil. Atuando em
inteligência de mercado, assessoria de investimentos, consultoria estratégica e
planejamento rural, seus consultores são fontes frequentes para empresas, entidades
e imprensa, sempre buscando traduzir as tendências do campo para o mercado
nacional. Visite www.celeres.com.br.

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