terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Caatinga ocupa 10% do território e é único bioma exclusivamente brasileiro

A região ocupa mais de 840 mil km² e se espalha por dez estados.
Caatinga é o principal bioma do sertão nordestino.


A Amazônia, o Cerrado, o Pantanal, a Mata Atlântica e os Pampas não são só brasileiros, mas há um importante bioma que é só nosso, que não existe nos países vizinhos. É a caatinga, o principal bioma do sertão nordestino.
O Globo Rural percorreu milhares de quilômetros para contar a história desse lugar que conserva tesouros naturais incríveis. Na medida em que entendemos um pouco do que é a caatinga, nós conseguimos desvendar até mesmo certos mistérios da evolução do nosso planeta.
Mata branca ou na linguagem dos índios tupis, caatinga. Esse é o único bioma exclusivamente brasileiro. Lugar onde as chuvas são poucas e concentradas em quatro, cinco meses do ano. Durante todo o período seco, as plantas da caatinga ficam praticamente sem folhas. Uma floresta de galhos retorcidos, espinhos, aparentemente pobre em biodiversidade.
Logo depois das primeiras chuvas, com pouca água, as plantas que pareciam mortas, renascem e a gente consegue enxergar a riqueza e a diversidade de espécies que compõem a caatinga.
Para conhecer melhor esse bioma, o Globo Rural visitou o semiárido nordestino em duas épocas bem distintas: o período seco, entre outubro e novembro de 2010; e a estação das chuvas, no começo de 2011. Quatro estados foram percorridos: Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
Na primeira parada, começamos a entender como essa região se formou. Para isso, o programa chegou a Crato, no sul do Ceará. A Chapada do Araripe é uma formação que ocupa parte dos estados do Ceará, Piauí, Pernambuco e Paraíba. Há milhões de anos esse lugar guarda um tesouro geológico: uma incomparável quantidade de fósseis, que são restos de animais e vegetais incrustados nas rochas. Para conservá-los, em 2006 foi criado o primeiro Geopark das Américas, dirigido pelo biólogo Álamo Saraiva: “Geopark é um programa da Unesco, que tem como objetivo principal a preservação de áreas de interesse geológico”.
Essa história começou há mais de 100 milhões de anos, quando África e América formavam um único continente. A separação aconteceu por causa da movimentação de porções da crosta terrestre, as chamadas placas tectônicas.
Na divisão dos territórios, houve um rebaixamento dessa área e grandes lagos se formaram. Mais tarde, houve o o levantamento desses lagos. O sedimento que estava no fundo aflorou, dando origem à chamada bacia sedimentar do Araripe.
“Como o período era também chamado de aquecimento global esse lado estava secando”, diz o doutor Idalécio Freitas. Ele é geólogo do parque e explica que esse paredão conserva os registros dos períodos de chuva e de seca, dos últimos 110 milhões de anos. “Esse níveis mais escuros que vemos no calcário são relativos ao período mais úmido, com um pouco de matéria orgânica. Os riscos mais claros, períodos mais secos, de pouca chuva”.
A caatinga é a principal formação vegetal do semiárido nordestino e ocupa 10% do território brasileiro. São mais de mais de 840 mil km² , espalhados por dez estados. Nessa região, a estação das águas é concentrada em apenas três ou quatro meses, por isso as plantas criaram mecanismos paa resistir a longos períodos de estiagem.

Do Globo Rural

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Na centésíma postagem um presente ...

14 Naufrágios Famosos e suas Localizações no Google Maps

Clique no indicativo Google Maps para visualizar o local exato de cada um dos navios naufragados ou encalhados que são exibidos nas imagens abaixo.

Clique nos nomes das embarcações para ver outras fotos e para conhecer um pouco de suas respectivas histórias.

1 ⚓ DimitriosOrigem | Grécia
Encalhe | 1981 | Praia Selinitsa, Gynthio, GréciaFoto Panorâmica e Google Maps

foto:makis
2 ⚓ MurmanskOrigem | Rússia
Naufrágio | 1994 | Tromso, NoruegaVeja no Google Maps
foto: divenorway
3 ⚓ Mara HopeOrigem | Espanha
Naufrágio | 1985 | Fortaleza, BrasilVeja: Vídeos 1 | 2 e Google Maps
foto: holsting
4 ⚓ PanagiotisOrigem | Escócia / Grécia
Encalhe | 1980 | Praia Navagio, Zakhyntos, Grécia Foto Panorâmica e Google Maps
foto:arthus-bertrand
5 ⚓ SS MahenoOrigem | Austrália
Encalhe | 1935 | Ilha Fraser, AustráliaVeja: Foto Panorâmica e Google Maps
foto: draicon
6 ⚓ HMQS GayundahOrigem | Austrália
Encalhe | 1958 | Woody Point, AustráliaVeja no Google Maps
foto: gorkath
7 ⚓ Rebocador KlemensOrigem | Holanda
Encalhe | 1996 | Praia do Farol, Vila Nova de Milfontes, PortugalVeja no Google Maps
foto: zillmann
8 ⚓ PetrelOrigem | Noruega
Abandono | 1956 | Grytvikel, Ilhas Geórgia do SulVeja no Google Maps
foto: ouachée
9 ⚓ La Famille Express ou Fort ShevenkoOriem | Polônia / Rússia
Encalhe | 2004 | Providenciales, Ilhas Turks and CaicosVeja no Google Maps
foto: ipwnnoobs
10 ⚓ SS AmericaOrigem | EUA
Encalhe | 1994 | Fuerteventura, Ilhas CanáriasVeja no Google Maps

11 ⚓ SS Unkai MaruOrigem | Japão
Naufrágio | 1944 | Truk Lagoon, MicronésiaVeja no Google Maps

12 ⚓ SS Olympia
Encalhe | 1979 | Golfo de Livero, Ilha Amorgos, GréciaVeja no Google Maps

13 ⚓ Peter Iredale
Encalhe | 1906 | Oregon, Estados UnidosVeja no Google Maps


14 ⚓ TitanicOrigem | Reino Unido
Naufrágio | 1912 | Oceano AtlânticoVeja: Vídeo e Google Maps

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Cultivo sustentável de rosas favorece exportação

Agrosoft Brasil - Da Redação
No mercado de flores é fundamental que os produtores tenham atenção quanto à folhagem e à flor, que não podem apresentar danos pelo ataque de pragas ou doenças. Por isso, o uso de agrotóxicos é comum. Mas começa a contar pontos, principalmente para a exportação, a produção sustentável das flores. Atenta a essas mudanças, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), de São João del-Rei, no Campo das Vertentes, já desenvolve, por meio do Núcleo Tecnológico Epamig Floricultura (Nutef), desde 2009, experimentos para o cultivo de rosas sem agroquímicos.
"O mercado internacional tem mostrado a existência de um movimento de consumidores à procura por alimentos e flores ausentes de resíduos de agroquímicos. A tendência é de que os consumidores se tornem mais exigentes a cada ano e que induzam o setor produtivo a se adequar para se tornar mais competitivo", afirma a engenheira agrônoma e pesquisadora da Epamig, Elka Fabiana Aparecida Almeida.
Ela desenvolve projetos de Produção Integrada de Rosas. Em 2009 tiveram início dois experimentos, visando ao manejo sustentável do solo e ao controle alternativo de pragas. O terceiro projeto, implantado em 2011, teve por objetivo o uso sustentável da água e a redução da adubação nitrogenada. Segundo a pesquisadora, os três experimentos encontram-se em desenvolvimento e os primeiros resultados já comprovam que é possível cultivar rosas de uma forma sustentável.
Elka explica que as tecnologias estão sendo desenvolvidas para reduzir a aplicação de agrotóxicos e adubos com o manejo integrado e controle biológico de pragas e doenças e pela utilização de adubação verde e adubos orgânicos produzidos pelo próprio produtor.
Para este ano de 2012, foi aprovado junto à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), mais um projeto no âmbito da produção sustentável de rosas, que disponibilizará recurso de R$ 26.800,00. Com o valor serão realizados experimentos para verificar o comportamento de outras variedades de rosas e de adubos verdes para o controle biológico de pragas; além da implantação de duas unidades de teste de validação dos resultados em propriedades familiares.
"Assim que o recurso for liberado, vamos começar as visitas aos produtores para a implantação de área demonstrativa. Com este novo projeto vamos levar a tecnologia para o produtor", informa a pesquisadora.
Benefícios Com as tecnologias geradas pelas pesquisas realizadas na Epamig de São João del-Rei, o produtor poderá diminuir a aplicação de adubos e agrotóxicos na produção de rosas utilizando boas práticas agrícolas. "Desta forma ele poderá reduzir os custos com a produção, preservar o meio ambiente e obter a certificação de sua propriedade, o que favorecerá a comercialização das rosas", destaca a engenheira agrônoma.
Segundo ela, as cadeias de distribuidores e grandes pontos de vendas, principalmente da Comunidade Europeia (CE), tem exigido dos exportadores que seja levado em consideração o nível de resíduos de agrotóxicos, o respeito ao meio ambiente, a rastreabilidade e as condições de trabalho, higiene e saúde dos trabalhadores na agricultura. "Os consumidores de diversos países têm exigido informações a respeito da origem e do processo de produção de hortaliças, frutas e flores, dando preferência a produtos rastreados e/ou certificados", completa.

Folhetos de cordel traziam diversão e informação ao povo nordestino

Leandro Gomes de Barros é considerado o pai da literatura de cordel.
O Globo Rural reapresenta as melhores matérias do ano de 2011.

Do Globo Rural
Muito antes de aparecer na televisão, o povo da roça, principalmente do Nordeste, já usava o cordel para divulgar suas histórias. A reportagem mostra a história dos poetas cordelistas.
“Foi um trio americano que primeiro teve a glória
De fazer daqui da Lua uma via transitória,
Que vai ficar para sempre na face A da história”.
No cordel, aconteceu, virou poesia. Tem muita gente que só acreditou que o homem tinha mesmo chegado à Lua depois que leu a história rimada. Contada num folhetinho de capa singela, papel simplório e vendido por quase nada.
Em alguns lugares da zona rural, parece até que foi feita uma plantação de parabólicas, tamanha a quantidade. A notícia chega via satélite, mas quando não existia luz elétrica, rádio ou TV, eram os folhetos de cordel que traziam informação e diversão. Eles eram o jornal e a novela do sertanejo.
“Peço ao senhor Jesus
Que em tudo me conduz
Que dê-me um facho de luz
Com fios de inspiração
Para escrever em cordel
Como é que é o papel
De qualquer um menestrel
Com raízes no sertão”
Nascido no sertão da Paraíba, o poeta Abdias Campos viveu estes dias, em que para o homem simples da roça, versejar era tão comum quanto lavrar. “Minha mãe botava a gente para dormir dizendo versos. Meu pai, a gente ia pro roçado, ele ia cantando. Depois do jantar ia pro terreiro, sentava nos bancos e ficava dizendo versos. Quando se ia pra feira, sempre se avisava: olha, traz o folheto novo. As histórias da própria redondeza eram contadas nesses folhetos”.
O cordel corria o Nordeste na mala dos folheteiros, que iam de povoado em povoado vendendo poesia. Quem já conhecia as letras virava o leitor da família.
“Pra lhes deixar a par sobre esta literatura,
Que é a mais popular e, ainda hoje perdura,
Vamos direto ao começo, donde vem esta cultura?”
Quem nos conta a história do cordel no Brasil é o poeta e presidente da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, que não fica no Nordeste, mas no Rio de Janeiro.
“Para nós de língua portuguesa, a origem é ibérica, vem de Portugal e Espanha, mas o cordel vem de mais longe, atravessou o período medieval. Aqui no Brasil, o cordel chegou em Salvador, na mala dos colonizadores portugueses. Dali, se irradiou pelo outros estados do Nordeste. Se irradiou na comunicação oral, não tinha chegado escrita ao Brasil, a imprensa”, explicou Gonçalo Ferreira da Silva.
Foi a voz dos cantadores que primeiro encheu o sertão de versos.
“Este Nordeste querido, que tanta beleza tem
Seu cordel é sua vida, um amor que vai além”
Oliveira de Panelas, um pernambucano cheio de bom humor se autodefine: “Eu sou poeta, repentista, violeiro, cordelista, cantador”.Oliveira ganha a vida mesmo como cantador e sabe bem a diferença entre o poeta repentista e o cordelista. “Todo repentista pode ser um cordelista, mas nem todo cordelista pode ser um repentista. Porque o repentista faz de improviso. Pensando é que ele faz. Não vamos dizer que ele seja um grande cordelista, aliás, a diferença é essa”.
“Uma coisa se eu pudesse transformava sem sobrosso
A voz de Maria Alcina botava em Ney Matogrosso
Nem que fosse necessário um transplante de pescoço”.
“Obrigado pai celeste, ter me dado esse Nordeste para fazer poesia”.
O poeta cordelista é chamado de poeta de bancada. Ele senta, pensa e escreve seus versos. Mas o que faz do cordel uma poesia diferente? O jornalista e pesquisador da cultura brasileira Assis Ângelo já fez livro, CD, organizou concurso de poesia de cordel e não para de garimpar novidades. Algumas não tão novas assim. “Isso aqui é uma coisa recente, de 1626.” Tem também folheto em francês, folheto em japonês, cordel em quadrinhos.