terça-feira, 31 de julho de 2012

Como proteger as lavouras contra queimadas


Tempo seco e baixa umidade podem causar prejuízos acidentais aos produtores

Agência Brasil
Com baixa umidade e temperatturas muito altas, o fogo de áreas sem cultivo pode se espalhar pelas lavouras








tempo seco e a baixa umidade do ar aumentam o risco de queimadas nesta época do ano. Em Mato Grosso, em pleno período de colheita da segunda safra de milho(safrinha), incêndios acidentais podem afetar as lavouras e trazer prejuízos aos produtores.
Na semana passada, a supervisora de projetos daAprosojaCristiane Sassagima, registrou um flagrante de queimada na região de Campos de Júlio, no oeste do estado. A área não possuía nenhum tipo de cultivo, porém, segundo supervisora, em frente ao local havia uma lavoura de milho prestes a ser colhida e o vento estava espalhando as faíscas.
Para evitar situações como essa, o período de proibição às queimadas em Mato Grosso está em vigor desde o dia 15 de julho e termina no dia 15 de setembro. A medida restringe o uso do fogo na zona rural e em áreas urbanas. Caso a umidade do ar continue abaixo do indicado após o término da proibição, o período pode ser prolongado. A Aprosoja está orientando os produtores rurais a prevenir e também sobre o que fazer no caso de suas propriedades serem atingidas por incêndios.
Entre as precauções estão a construção e manutenção de aceiros, que podem ser naturais como estradas, ou cursos d'água especialmente construídos para impedir a propagação de chamas. Um aceiro é uma faixa livre de vegetação, onde o solo fica exposto. De maneira geral os aceiros não são suficientes para deter incêndios, porém são extremamente úteis como meio de acesso e pontos de apoio para combater os focos de incêndios.
A redução do material combustível é também uma forma eficiente de se evitar a propagação dos incêndios, além da disponibilidade de locais para captação de água para para ajudar no controle do fogo. Segundo a Aprosoja, os produtores devem evitar colheitas entre 10h e 14h, período mais quente do dia e mais propício para a incidência de fogo acidental nas lavouras. Revisar os equipamentos, levar um suporte de tanque de água para o caso de as máquinas soltarem faíscas, evitar fumar e jogar bitucas de cigarro na beira da estrada e procurar colher na direção oposta ao vento também são medidas que podem evitar o fogo acidental. 


Caso o produtor tenha a propriedade atingida pelo fogo deve comunicar imediatamente o corpo de bombeiros ou aprefeitura municipal, onde deve registrar a ocorrência. Também é recomendada a coleta do maior número de provas possível para evidenciar os danos causados pelo fogo. 

Em Mato Grosso, o valor da multa para quem for flagrado ateando fogo no período de proibição varia de R$ 1 mil por hectare nas áreas abertas a R$ 1,5 mil por hectare em áreas de floresta. O infrator também pode ser detido e responder por crime ambiental.

Fonte: Globo Rural On-line

sábado, 21 de julho de 2012

Vem aí o FEED 2012 , participe desse evento tão importante para uma agricultura de baixo carbono



O desafio de construir políticas climáticas efetivas num cenário de crise econômica mundial é o tema da 3ª edição do Fórum Internacional de Estudos Estratégicos para Desenvolvimento Agropecuário e Respeito ao Clima – FEED 2012, promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O evento, que acontecerá em São Paulo, no dia 17 de setembro, debaterá ações e políticas públicas para difundir e estimular a agricultura de baixo carbono no Brasil e minimizar os riscos dos impactos das mudanças climáticas. O encontro será aberto pela presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, autoridades convidadas e especialistas do País e do exterior. 

Durante a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio+20, a senadora Kátia Abreu alertou para o desafio da política climática sustentável. “Infelizmente, a questão da crise é uma realidade. Os países desenvolvidos estão com áreas desmatadas e emitem quantidades de gases significantes, o que contribui para o aquecimento global por causa das indústrias”, afirma a presidente da CNA. 

Para ela, a falta de recursos para financiar a economia verde pode prejudicar a oferta global de alimentos e comprometer a competitividade do agronegócio brasileiro. Avalia, no entanto, que o uso de tecnologias e práticas de baixo carbono, como o plantio direto e a integração lavoura-pecuária-floresta, proporcionarão as necessárias condições para o aumento de produtividade das atividades rurais sem a necessidade de abrir novas áreas, além de conservar a qualidade da água, solo e biodiversidade. 

Estes temas serão discutidos durante o FEED 2012 e integram a sua programação. Um dos principais painéis abordará o tema “Os impactos da crise econômica nos acordos climáticos: como fomentar políticas que gerem benefícios efetivos”, com palestra do presidente do Instituto de Pesquisa Grantham de Mudanças Climáticas e Meio Ambiente da Escola de Economia de Londres, Nicholas Stern. 

“Estou ansioso para compartilhar meus pensamentos sobre os riscos imensos da mudança climática sem gerenciamento. No entanto, não devo focar tanto sobre esses riscos, que são claros e bem estabelecidos, mas sobre as atrações de uma alternativa de baixo carbono. É a história de crescimento do futuro, particularmente para os mercados emergentes e países em desenvolvimento, mas também para o mundo como um todo. Na linguagem da Rio+20, podemos e devemos combinar sustentabilidade econômica, social e ambiental”, afirma Stern. 

O outro painel terá como tema “O crescimento verde: estratégia dos países emergentes” e será conduzido pelo especialista em direito internacional, Thomas C. Heller, professor da Escola de Leis da Universidade de Stanford, na Califórnia (EUA), e uma das autoridades mais influentes em política ambiental, vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 2007. 

“O Brasil tem feito progressos desde os anos 1970 no crescimento da economia rural, que é muito importante, por meio do aumento da produtividade (rendimento) das terras. Mas o mundo de 2012 não é o mesmo de 1970. Em apenas poucas décadas, as suposições sobre onde se encontram poder político e econômico parecem ter virado de cabeça para baixo. A segurança alimentar e a escassez de recurso tornaram-se alvos centrais dos governos e dos mercados para se adaptarem a mudar a imagem de onde e como o crescimento global ocorre em uma economia transformadora”, disse Thomas C.Heller. 

Também estão previstos três painéis setoriais: “O futuro das políticas climáticas no setor agrícola”; “Da mitigação para a adaptação: desafios para reduzir impactos das mudanças do clima na agricultura brasileira”; e “O futuro do mercado de carbono”. Em cada um desses painéis, que ocorrerão simultaneamente, serão discutidos três temas. 

No primeiro painel setorial, serão abordados os temas “Carbon Farming Initiative: o enfoque australiano em relação à agricultura e mudanças climáticas”; “O setor agrícola no sistema de comércio de emissões da Nova Zelândia”; e “O Plano ABC e o futuro do setor agrícola nas políticas climáticas brasileiras”, a cargo de Carlos Klink, secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA). 

No segundo painel, o pesquisador da Embrapa, Eduardo Delgado Assad, falará sobre “Como fomentar ações de adaptação: do Plano ABC ao futuro da agricultura brasileira”; Mauricio Antônio Lopes, diretor executivo de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa, levará o tema “Gargalos da pesquisa para enfrentar os impactos das mudanças climáticas”; e Ricardo Dell Aquila Mussa, diretor executivo da Radar Propriedades Agrícolas S.A., conduzirá a palestra sobre “Riscos climáticos e a tomada de decisões na gestão propriedade”. 

No terceiro painel setorial, Carlos Henrique Delpupo, diretor da WayCarbon, falará sobre os “Cenários para o mercado de carbono com base na plataforma de Durban”; Aloísio Lopes Pereira de Melo, coordenador geral da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, abordará o tema “É factível pensar num mercado de carbono brasileiro até 2020?”; Matt Walsh, pesquisador da empresa Carbon Care, da Nova Zelândia, especializada no mercado de créditos de carbono abordará o tema “Práticas agrícolas e créditos de carbono: construindo um mercado ligado a uso da terra”. 

Poderão participar do evento, acadêmicos, formadores de opinião, formuladores de políticas públicas, lideranças setoriais, parlamentares, pesquisadores, produtores rurais e demais interessados no assunto. As inscrições são gratuitas e poderão ser feitas até o dia 1º de setembro. Em breve, as inscrições poderão ser feitas pelo site oficial do evento. 

Fonte: CNA/SENAR

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Práticas do Programa ABC preservam florestas brasileiras

Programa ABC oferece crédito aos produtores rurais para a adoção de técnicas agrícolas sustentáveis. Meta é reduzir, até 2020, entre 133 a 162 milhões de toneladas de CO²
Marcado como o Dia de Proteção às Florestas, 17 de julho remete à atuação de governo e sociedade civil em defesa de um dos seus bens mais importantes. Nesse sentido, ações com fins conservacionistas como o Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC), do Governo Federal, são primordiais para colocar em prática essa conscientização. Além de preservar espécies florestais nativas, o produtor que opta por adotar práticas financiadas pelo programa ainda obtém lucros, a partir da plantação de espécies arbóreas como paricá, guanandi, sabiá, erva-mate e seringueira.

O Programa ABC oferece crédito aos produtores rurais para a adoção de técnicas agrícolas sustentáveis. O principal objetivo é fazer frente aos desafios trazidos pelas mudanças climáticas, com a meta de reduzir, até 2020, entre 133 a 162 milhões de toneladas de CO2.

Relativo ao reflorestamento, as principais práticas incentivadas são as de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) e implantação e manutenção de florestas comerciais. “O desmatamento já vem diminuindo em biomas importantes e o financiamento de práticas que preservem espécies nativas auxiliará tanto na preservação ambiental quanto na captação de gás carbônico na atmosfera”, afirmou o secretário de Desenvolvimento e Cooperativismo, Erikson Chandoha.

Para a Região Norte, algumas das espécies indicadas são a paricá (ideal para fabricação de laminado e compensado) e o mandiocão (pode ser utilizada para fabricação desde laminados a palitos de fósforo). Na Região Centro-Sul, recomenda-se o guanandi (fabricação de canoas e vigas de escoramento) e o pau-jacaré (madeira estrutural) e a seringueira (borracha). Quanto à Região Nordeste, destaque para o sabiá (produção de estacas, lenha e carvão). Já a Região Sul tem como boas opções a bracatinga (lenha e carvão, mobiliário) e a erva-mate (folhas utilizadas para a produção de chá).

O Programa ABC é uma das iniciativas do Governo brasileiro para diminuir o desmatamento e fomentar o aumento de espécies exóticas plantadas em biomas como a Amazônia. Em junho, o Governo Federal anunciou que 81,2% da Amazônia Legal encontra-se integralmente preservada e que o Brasil acaba de conquistar a menor taxa de desmatamento desde que a medição começou a ser feita, em 1998.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de agosto de 2010 a julho de 2011, foram desmatados 6,4 mil quilômetros quadrados da região e, de 2004 a 2011, o desmatamento na Amazônia Legal sofreu uma queda de 78%.

Financiamento pelo ABC

Os produtores interessados em adotar práticas financiadas pelo programa devem entrar em contato com sua agência bancária para obter informações quanto à aptidão ao crédito, documentação necessária para o encaminhamento da proposta e garantias.

Para a safra 2012/2013, o programa terá R$ 3,4 bilhões disponíveis em linhas de crédito. A taxa de juros para o período diminui em relação à safra anterior, de 5,5% para 5% ao ano, a menor fixada para o crédito rural destinado à agricultura empresarial.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Sistemas de produção de grãos e fibras são alternativas para sustentabilidade da lavoura

Produtor que cultiva alimento com sustentabilidade é aquele que adota boas práticas agrícolas, usa técnicas e tecnologias que o ajudam a fazer o melhor em sua propriedade de forma rentável e com responsabilidade social e ambiental. Sabendo disso é que, há quatro anos, pesquisadores do Programa de Monitoramento e Adubação (PMA) da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, Fundação MT, desenvolvem trabalho sobre sistemas de produção de grãos e fibras. 

Na estação de pesquisa para estudos envolvendo sistemas de produção e manejo do solo, situada em uma fazenda parceira do PMA no munícipio de Itiquira/MT, já é possível obter informações quanto a influência dos diferentes sistemas de produção sobre a dinâmica de nutrientes em cada sistema, sobre a intensidade dos estresses bióticos e abióticos e influência destes sobre o manejo de adubação. 

O foco do trabalho, de acordo com Leandro Zancanaro, pesquisador e gestor do PMA, é demonstrar à classe produtora, com trabalhos de pesquisa de longa duração, os benefícios e as limitações dos diversos sistemas possíveis de serem praticados. “Avaliações contínuas de sistemas de produção é bom para o solo, para a planta e principalmente para o produtor, que pretende e deseja produzir maior quantidade de alimentos por tempo infinito”, destaca. 

Conforme o pesquisador, o estudo, que está sendo conduzido desde a safra 2008/09 com sistemas de produção distintos, envolvendo distribuição ordenada de diferentes culturas (soja, algodão, milho, braquiária, milheto, crotalária), mostra a influência de cada sistema sobre a produtividade, o solo e renda da produção. As diferentes sequências de plantios já apresentaram nestes anos de pesquisa importantes resultados. 

“Embora ainda seja cedo para fazermos conclusões agronômicas, porque nosso trabalho é a longo prazo, podemos observar que a cada ciclo a terra nos fala algo. Ouvir a terra faz diferença para quem quer continuar produzindo com rentabilidade e sustentabilidade. Além de pensar em adubação, deve-se pensar na influência do manejo sobre a eficiência do aproveitamento de nutrientes presentes no solo, e principalmente quanto a qualidade física e biológica do solo. Um exemplo real e direto ao bolso do produtor quanto a biologia do solo, é a perda de produtividade ocasionada pelos nematoides“, explica Zancanaro. 

Estes assuntos foram abordados por pesquisadores do PMA durante visita feita por 16 pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no campo experimental com sistemas de produção em Itiquira/MT realizada na semana passada. Na ocasião, eles conheceram os trabalhos, ouviram sobre a metodologia da pesquisa, a condução do estudo e alguns resultados coletados nestes quatro ciclos de investigação. 

“A Fundação MT está de parabéns por desenvolver este trabalho. Ganha a Fundação MT, ganha a Embrapa e em especial o produtor rural”, avaliou Fernando Mendes Lamas, chefe-geral da Embrapa Agropecuária Oeste. “Realizar uma pesquisa a longo prazo faz toda diferença para o futuro da agricultura no Brasil. Os resultados serão pontuais, conseguirão atender a demanda da atividade agrícola”, disse Alexandre Cunha de Barcellos Ferreira, pesquisador da Embrapa Algodão – Núcleo Cerrado Goiás. 

Para a pesquisadora Denise Baptaglin Montagner, da Embrapa Gado de Corte, o sistema de produção é muito amplo e pode apresentar várias possibilidades para os agricultores e pecuaristas. “As informações geradas aqui poderão ser úteis para a lavoura e pecuária de todo o Brasil”.



Fonte: Senar

terça-feira, 3 de julho de 2012

Governo vai beneficiar agricultores com práticas sustentáveis, diz Dilma


Governo anunciou R$ 115 bilhões para agricultura com juros mais baixos. Valor da cobertura dos seguros para os médios produtores dobrou
A presidente Dilma Rousseff disse na manhã desta segunda-feira (2), durante seu programa de rádio "Café com a presidenta", que o plano de investimento de R$ 115 bilhões na safra 2012/2013 anunciado neste sábado vai beneficiar agricultores com práticas sustentáveis. A medida também dobra o valor de cobertura dos seguros dos médios produtores para até R$ 300 mil por safra.

O chamado plano agrícola e pecuário 2012/2013 vai disponibilizar crédito de R$ 115,2 bilhões aos produtores rurais e cooperativas e baratear as linhas de crédito, segundo a presidente.
"Para os médios produtores, que são aqueles com renda até R$ 800 mil por ano, nós aumentamos o crédito que eles terão para o custeio da produção. Além disso, os juros para esses empréstimos caíram para 5% ao ano", explica a presidente.
O benefício aos agricultores sustentáveis também chega na forma de juros menores. "Se o produtor investir, por exemplo, na integração lavoura/pecuária, ou no plantio direto sobre a palha, ou mesmo na recuperação de áreas degradadas, que existem milhares de hectares no Brasil, os empréstimos vão ter juros ainda menores", afirma Dilma.
Seguro
Segundo a presidente, o valor de cobertura dos seguros para os médios produtores dobrou para até R$ 300 mil por safra. Para Dilma, a mudança é justificada pelos riscos a agricultura, como "uma seca prolongada, chuvas em excesso ou uma geada forte demais", cita ela.
"Assim, ele pode aumentar a produção, melhorar a sua renda e, ao mesmo tempo, movimentar a nossa indústria", afirma Dilma.