sábado, 23 de junho de 2012

Combustível mais limpo do mundo é ignorado na Rio+20


Sem política definida para o etanol crise se prolonga no setor sucroalcooleiro


Divulgação/Unica
Etanol, uma das bandeiras brasileiras para a sustentabilidade, não é lembrado em Rio+20
RIO DE JANEIRO – O etanol, que poderia ter sido usado na Rio+20 como uma importante bandeira brasileira rumo a uma economia mais verde e mais limpa, foi ignorado tanto nas discussões que aconteceram entre as delegações dos países que vão assinar o documento final da Conferência, como nos eventos paralelos organizados para discutir caminhos mais sustentáveis para o agronegócio. 


Uma semana antes da abertura oficial do evento, a Petrobras, maior empresa de petróleo e etanol do Brasil, anunciou aumento dos investimentos em petróleo e redução da participação do etanol no grupo. Um sinal, segundo o segmento sucroalcooleiro, de que o governo, o maior acionista da companhia, não vai investir em uma política de longo prazo para o etanol. Para piorar, em 2011 houve queda de 29% no consumo de etanol no Brasil, contra um aumento de 19% do consumo da gasolina



“É o caminho inverso ao registrado nas grandes economias mundiais, que estão investindo cada vez mais na adoção de energias limpas”, avalia José Luiz Olivério, diretor da Dedini, maior fornecedora de plantas para o setor sucroalcooleiro. O Estados Unidos, por exemplo, possuem uma política de longo prazo para o etanol de milho e estimam estar produzindo 136 bilhões de litros em 2020. 



Sem um sinal positivo do governo, o setor se afunda cada vez mais na crise iniciada em 2008. “Os investidores saíram do mercado porque acham que os riscos não estão compensando”, diz Olivério. No campo, as antigas lavouras, que já sofreram com excesso de seca, agora agonizam com o grande volume de chuvas e produzem cada vez menos.



O Brasil já foi apontando como o país mais competitivo do mundo na produção de cana-de-açúcar e teve o etanol avaliado pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos como o mais limpo do mundo por promover redução de 85% das emissões de gases de efeito estufa em comparação com as fontes de energia fóssil. Hoje, no entanto, parece estar mais fadado ao fracasso do que ao sucesso. 

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