quinta-feira, 12 de julho de 2012

Sistemas de produção de grãos e fibras são alternativas para sustentabilidade da lavoura

Produtor que cultiva alimento com sustentabilidade é aquele que adota boas práticas agrícolas, usa técnicas e tecnologias que o ajudam a fazer o melhor em sua propriedade de forma rentável e com responsabilidade social e ambiental. Sabendo disso é que, há quatro anos, pesquisadores do Programa de Monitoramento e Adubação (PMA) da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, Fundação MT, desenvolvem trabalho sobre sistemas de produção de grãos e fibras. 

Na estação de pesquisa para estudos envolvendo sistemas de produção e manejo do solo, situada em uma fazenda parceira do PMA no munícipio de Itiquira/MT, já é possível obter informações quanto a influência dos diferentes sistemas de produção sobre a dinâmica de nutrientes em cada sistema, sobre a intensidade dos estresses bióticos e abióticos e influência destes sobre o manejo de adubação. 

O foco do trabalho, de acordo com Leandro Zancanaro, pesquisador e gestor do PMA, é demonstrar à classe produtora, com trabalhos de pesquisa de longa duração, os benefícios e as limitações dos diversos sistemas possíveis de serem praticados. “Avaliações contínuas de sistemas de produção é bom para o solo, para a planta e principalmente para o produtor, que pretende e deseja produzir maior quantidade de alimentos por tempo infinito”, destaca. 

Conforme o pesquisador, o estudo, que está sendo conduzido desde a safra 2008/09 com sistemas de produção distintos, envolvendo distribuição ordenada de diferentes culturas (soja, algodão, milho, braquiária, milheto, crotalária), mostra a influência de cada sistema sobre a produtividade, o solo e renda da produção. As diferentes sequências de plantios já apresentaram nestes anos de pesquisa importantes resultados. 

“Embora ainda seja cedo para fazermos conclusões agronômicas, porque nosso trabalho é a longo prazo, podemos observar que a cada ciclo a terra nos fala algo. Ouvir a terra faz diferença para quem quer continuar produzindo com rentabilidade e sustentabilidade. Além de pensar em adubação, deve-se pensar na influência do manejo sobre a eficiência do aproveitamento de nutrientes presentes no solo, e principalmente quanto a qualidade física e biológica do solo. Um exemplo real e direto ao bolso do produtor quanto a biologia do solo, é a perda de produtividade ocasionada pelos nematoides“, explica Zancanaro. 

Estes assuntos foram abordados por pesquisadores do PMA durante visita feita por 16 pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no campo experimental com sistemas de produção em Itiquira/MT realizada na semana passada. Na ocasião, eles conheceram os trabalhos, ouviram sobre a metodologia da pesquisa, a condução do estudo e alguns resultados coletados nestes quatro ciclos de investigação. 

“A Fundação MT está de parabéns por desenvolver este trabalho. Ganha a Fundação MT, ganha a Embrapa e em especial o produtor rural”, avaliou Fernando Mendes Lamas, chefe-geral da Embrapa Agropecuária Oeste. “Realizar uma pesquisa a longo prazo faz toda diferença para o futuro da agricultura no Brasil. Os resultados serão pontuais, conseguirão atender a demanda da atividade agrícola”, disse Alexandre Cunha de Barcellos Ferreira, pesquisador da Embrapa Algodão – Núcleo Cerrado Goiás. 

Para a pesquisadora Denise Baptaglin Montagner, da Embrapa Gado de Corte, o sistema de produção é muito amplo e pode apresentar várias possibilidades para os agricultores e pecuaristas. “As informações geradas aqui poderão ser úteis para a lavoura e pecuária de todo o Brasil”.



Fonte: Senar

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