sábado, 8 de outubro de 2011

Código Florestal Mudança na Amazônia é a que mais preocupa


De todas as modificações propostas pela bancada ruralista no projeto de lei que deverá ser votado nesta semana em Brasília, a diminuição da área de reserva legal na Amazônia é a que mais preocupa as organizações ambientais. O projeto permite às propriedades rurais da Amazônia Legal que destruíram os 80%  de reserva previstos por lei a recuperação de 50%. Os outros 30% já degradados poderiam ser usados para a plantação de palmáceas, como o dendê. O óleo é utilizado para a produção de biodiesel - um dos carros-chefes do governo Lula. A "flexibilização nas regras", como dizem seus defensores, poderia ter o efeito colateral perverso de elevar o desmatamento na maior floresta tropical do mundo, advertem especialistas, a exemplo do que ocorreu com a soja e, agora, a cana-de-açúcar. De acordo com cálculos da Conservação Internacional (CI), a redução de 80% para 50% da reserva legal poderá provocar um desmatamento imediato de 47 milhões de hectares e perda de divisas de US$ 23,6 bilhões somente em crédito de carbono. Para ambientalistas, a aprovação do texto colocaria em maus lençóis o governo, que precisa explicar o aumento de 8% no desmatamento amazônico entre julho e setembro, em relação ao mesmo período de 2006. Além disso, o governo participará em dezembro da COP13, em Bali, onde países em desenvolvimento pressionarão para que o Brasil adote metas de desmatamento. Criado em 1965, o Código Florestal previa reserva de 50% nas áreas florestais da Amazônia. Em 2001, subiu para 80% após os índices recordes de desmatamento no final dos anos 90.

Fonte: Valor Econômico

 

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