Em 2005, um grupo de pesquisa do Centro Nacional de Referência em Biomassa (Cenbio), do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP (Universidade de São Paulo) enviou uma proposta ao Ministério de Minas e Energia para testar a capacidade de produção de energia elétrica a partir do lixo. No ano seguinte, eles deram início ao projeto buscando um aterro onde já houvesse o processo de captação de biogás, ou seja, tubulações perfuradas capazes de captar o gás metano emitido pelo lixo. A equipe acbou escolhendo o aterro da cidade de Caieiras, para fazer a pesquisa.
Pesquisadora do Cenbio, Vanessa Pécora Garcilasso explica porque o Aterro Caieiras foi escolhido para abrigar a pesquisa. “Nem todos os aterros tinham esse procedimento. A maioria dos aterros tinha apenas drenos individuais feitos com tubulação de concreto. Além disso, a eficiência de queima também era muito menor. Para a transformação acontecer com bom aproveitamento, a temperatura do gás tem que ser controlada pelo flare. Na maioria dos aterros o índice de transformação era de 20% apenas. Atualmente, no Aterro Caieiras 99% do gás transformado é aproveitado”, explica Vanessa.
O grupo implantou um sistema de 200 kw de potência, em caráter demonstrativo. Como o objetivo era fazer um estudo da tecnologia nacional, eles compraram o motor de maior potência fabricado no Brasil, disponível na época, e fizeram uma derivação da tubulação para alimentar o motor. O biogás entra como combustível e transforma a energia mecânica em energia elétrica acionando um gerador.
“A princípio, como a gente não sabia como utilizar a energia, pensamos em oferecer para a rede da cidade. Mas a quantidade era pouca. Depois, pensamos em utilizar para o consumo do próprio aterro. No entanto, fazer esta ligação de energia demandaria um custo alto e muito tempo. Por isso, resolvemos conectar a um dos sopradores, que tem a função de aspirar o biogás do aterro. Então, o que temos é o gasto de energia com o equipamento anulado” conta Vanessa.
O projeto foi encerrado em dezembro de 2009. Após o término, a equipe do Cenbio treinou os trabalhadores do aterro para operar o sistema. E, embora os resultados finais ainda estejam em análise, a equipe acredita que teve uma resposta positiva. “Apesar do alto investimento de um processo de captação, que demandou aquisição de equipamento, nós temos um tempo de retorno curto. Entre 3 e 5 anos conseguimos ter um resultado. A finalidade da pesquisa foi demonstrar que é possível utilizar a energia do lixo e nós conseguimos. Fica comprovado que os aterros localizados nos interiores dos estados brasileiros podem, sim, investir nesses sistemas, que eles terão retorno”, finaliza Vanessa.
Vista aérea do aterro sanitário de Caieiras
(Foto: Divulgação)
O aterro possui mais ou menos 50 metros de altura. Conforme ele vai crescendo, a tubulação que capta o gás metano tem que ir acompanhando sua altura. Há diversos pontos de captação, todos individuais, que são ligados a uma única tubulação transportadora de gás. Esta é ligada a um equipamento que aspira o metano vindo do aterro. O gás captado é direcionado para ser queimado em um aparelho chamado flare,um cilindro que queima o biogás e transforma o metano em dióxido de carbono (CO2). Isto porque o metano é vinte e uma vezes mais prejudicial ao meio ambiente que o CO2.(Foto: Divulgação)
Pesquisadora do Cenbio, Vanessa Pécora Garcilasso explica porque o Aterro Caieiras foi escolhido para abrigar a pesquisa. “Nem todos os aterros tinham esse procedimento. A maioria dos aterros tinha apenas drenos individuais feitos com tubulação de concreto. Além disso, a eficiência de queima também era muito menor. Para a transformação acontecer com bom aproveitamento, a temperatura do gás tem que ser controlada pelo flare. Na maioria dos aterros o índice de transformação era de 20% apenas. Atualmente, no Aterro Caieiras 99% do gás transformado é aproveitado”, explica Vanessa.
O grupo implantou um sistema de 200 kw de potência, em caráter demonstrativo. Como o objetivo era fazer um estudo da tecnologia nacional, eles compraram o motor de maior potência fabricado no Brasil, disponível na época, e fizeram uma derivação da tubulação para alimentar o motor. O biogás entra como combustível e transforma a energia mecânica em energia elétrica acionando um gerador.
“A princípio, como a gente não sabia como utilizar a energia, pensamos em oferecer para a rede da cidade. Mas a quantidade era pouca. Depois, pensamos em utilizar para o consumo do próprio aterro. No entanto, fazer esta ligação de energia demandaria um custo alto e muito tempo. Por isso, resolvemos conectar a um dos sopradores, que tem a função de aspirar o biogás do aterro. Então, o que temos é o gasto de energia com o equipamento anulado” conta Vanessa.
O projeto foi encerrado em dezembro de 2009. Após o término, a equipe do Cenbio treinou os trabalhadores do aterro para operar o sistema. E, embora os resultados finais ainda estejam em análise, a equipe acredita que teve uma resposta positiva. “Apesar do alto investimento de um processo de captação, que demandou aquisição de equipamento, nós temos um tempo de retorno curto. Entre 3 e 5 anos conseguimos ter um resultado. A finalidade da pesquisa foi demonstrar que é possível utilizar a energia do lixo e nós conseguimos. Fica comprovado que os aterros localizados nos interiores dos estados brasileiros podem, sim, investir nesses sistemas, que eles terão retorno”, finaliza Vanessa.
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